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Oficial do BPTran fiscaliza a Rua André de Barros, na altura da Praça Rui Barbosa | Fotos: Marco André Lima/Gazeta do Povo
Oficial do BPTran fiscaliza a Rua André de Barros, na altura da Praça Rui Barbosa| Foto: Fotos: Marco André Lima/Gazeta do Povo
  • Em algumas ruas do Centro foi fácil encontrar carros sem EstaR ontem

Após a decisão judicial que proibiu a Urbs de multar, em vigor desde o último dia 28 de setembro, a preocupação entre os especialistas de trânsito agora é de que a provável falta de punição possa aumentar a incidência de desrespeitos à lei.

Na opinião do mestre em Psicologia e membro do Núcleo de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Diogo Picchioni Soares, há tendência de que as transgressões se tornem mais comuns com a diminuição da fiscalização. Embora a Urbs não confirme, os agentes de trânsito estariam saindo às ruas apenas para orientar – alguns chegaram a afirmar à reportagem da Gazeta do Povo que nem estão carregando seus blocos para aplicar infrações.

"O que balizava o comportamento dos motoristas era a crença na Urbs. Se não houver crédito das ações de fiscalização, os motoristas não irão cumprir as regras", afirma. De acordo com a Urbs, nas últimas semanas houve um aumento de 15% na velocidade média dos automóveis na cidade em razão do vácuo de fiscalização.

Educação e individualismo

Além da crença no sistema, a presença simultânea da educação, engenharia e fiscalização – considerados os três pilares do trânsito – é imprescindível para aumentar a segurança nas ruas, de acordo com Soares. "Cada um deles isoladamente não resolve o problema: é preciso ter os três em equilíbrio", diz. Mas o fator preponderante na ocorrência de acidentes continua a ser a educação de motoristas e pedestres, na avaliação do arquiteto e chefe da seção de acidentes de trânsito do Instituto de Criminalística do Paraná, Altamir Coutinho.

Ele cita três fatores ocasionadores de acidentes: o homem, o ambiente (neblina ou chuva e a condição das estradas) e o veículo (potência e formato). "As estradas e os carros não têm vida própria, então a maior parte dos acidentes se deve ao homem. Nem sempre melhorar as condições de uma via ou dos freios dos carros vai resultar efeticamente em uma diminuição no número de acidentes", explica Coutinho. Por isso, ele defende a melhoria da educação para o trânsito, que deveria fazer parte desde o ensino fundamental até as universidades. "Sempre que se sai de casa, lida-se com o trânsito, como motorista ou pedestre. É importante saber como se comportar corretamente", afirma.

O fato de não saber como agir leva muitos condutores a cometerem equívocos, especialmente se estiverem com pressa. "O sistema viário não está preparado para o aumento do número de veículos. Quando o motorista para nos engarrafamentos, por mais cauteloso que seja, acaba assumindo riscos", argumenta. Nessa situação, o condutor tende a esquecer os demais veículos e passa a pensar exclusivamente no próprio deslocamento. "A fiscalização branda exacerba esse individualismo no trânsito", diz Soares.

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