Em reunião com os trabalhadores do transporte coletivo de Curitiba que estão em greve desde a última quarta-feira (15), o presidente da Urbs, José Luiz Andreguetto, afirmou que assumiu a Urbs com uma dívida de R$ 67 milhões – principalmente referente ao pagamento do INSS dos funcionários do quadro próprio da empresa – e que tem “passado o pires” na prefeitura de Curitiba em busca de mais recursos.
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A greve parcial continua, mas com audiência marcada no TRT
A greve parcial de ônibus continua nesta sexta-feira (17), com 50% dos veículos circulando em horário de pico e 40% em horários normais, conforme a definição judicial. O Sindimoc entrou com um mandado de segurança pedindo a diminuição da frota mínima, mas o pedido não ainda não foi julgado pela Justiça.
Durante o dia, o trânsito ficou caótico e grandes filas se formaram nas praças de tubo. Apesar do caos, a frota mínima foi cumprida durante a maior parte do dia de acordo com a Urbs.
Nesta sexta-feira (17), uma audiência foi marcada entre representantes do Sindimoc e do Setransp, sindicato patronal que representa as empresas. A reunião deve acontecer a partir das 15h no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região. Essa é a primeira audiência marcada entre trabalhadores e patrões desde que a greve começou na última quarta-feira (15).
O principal impasse entre os trabalhadores e as empresas é o reajuste que deve ser pago. Enquanto o Sindimoc pede reajuste de 15% sobre o piso salarial e elevação do vale-alimentação de R$ 500 para R$ 977, a oferta do Setransp, sindicato que representa as empresas de ônibus, é de repor tanto o salário como o vale-alimentação de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que representaria 5,43% de reajuste. Segundo o sindicato patronal, não há contraproposta e considera que o pedido do Sindimoc fora da realidade econômica vivida pelo país.
“Eu assumi a Urbs não sabendo como pagar a folha de janeiro, de fevereiro e não sei como vamos pagar a de março. Estamos passando o pires na prefeitura, tentando aumentar a receita [da empresa]”, disse. A dívida a que Andreguetto se refere diz respeito à Urbs e não ao sistema de transporte.
“Desde que eu assumi, enfrentamos 7 paralisações porque, em alguns casos, a Urbs não tinha dinheiro para repassar mesmo”, afirmou.
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O presidente da Urbs recebeu uma comissão com representantes do Sindimoc, sindicato que representa os motoristas e cobradores, enquanto os trabalhadores faziam um protesto em frente à empresa. Os funcionários das viações trancaram a passagem com dois biarticulados e fizeram uma “vinada” dentro dos veículos com fogareiros improvisados na tentativa de denunciar o que chamam de descaso das empresas com a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
Na reunião, Andreguetto ainda afirmou que, quando a tarifa foi reajustada em 15% no dia 6 de fevereiro, o cálculo feito pela Urbs levou em consideração um reajuste de 5,43%, referente à inflação aos motoristas e cobradores. “Eu não posso mentir. A Urbs não vai repassar nenhum ponto acima da inflação”, disse. Enquanto o Setransp, sindicato patronal, oferece o índice da inflação, os trabalhadores pedem 15% de aumento salarial.
O presidente da Urbs também afirmou que qualquer aumento superior aos 5,43% incluídos do aumento da tarifa deve sair do bolso das empresas. “Eu não vou fazer a loucura de aumentar a tarifa até fevereiro de 2018”, disse.
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, afirmou que a reunião com Andreguetto aconteceu na tentativa de que a Urbs entrasse na negociação. “Agora é hora de ir para a mesa do patrão”, disse Teixeira.
Tarifa técnica
Desde que a tarifa subiu, a prefeitura está recebendo cerca de R$ 430 mil por dia já que o valor repassado às empresas ainda é de R$ 3,66. O dinheiro extra está indo para o Fundo de Urbanização, que é destinado ao financiamento do próprio sistema de transporte. Andreguetto informou que a Urbs aguarda a definição sobre o reajuste dos trabalhadores para calcular o valor da nova tarifa técnica.
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