Os funcionários do Hospital Evangélico de Curitiba ameaçam iniciar uma paralisação por tempo indeterminado a partir das 13h de quarta-feira (9), caso os salários atrasados não sejam pagos pela instituição. A suspensão no atendimento também deve abranger o Centro Comunitário e o Centro de Especialidades, ambos do Bairro Novo. Na terça-feira (8), a direção do hospital deve se reunir com os trabalhadores, a fim de tentar evitar a interrupção dos serviços.
Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), os funcionários das unidades administradas pela Sociedade Evangélica Beneficente (SEB) ainda não receberam a segunda parcela do 13º salário e os vencimentos referentes ao mês de dezembro de 2012. O sindicato afirma que cerca de 1,2 mil servidores estão afetados pelo atraso, mas a SEB não confirma o número. "No ano passado já houve uma sequência de atrasos", disse a diretora do Sindesc, Roseli Strizike.
Nesta segunda-feira (7), o sindicato enviou um ofício à Secretaria Municipal de Saúde, informando que os servidores vão cruzar os braços, caso o pagamento não seja feito até a manhã de quarta-feira. Segundo o Sindesc, as unidades de saúde serão obrigadas a fechar as portas caso a paralisação seja efetivada.
Roseli relata que a situação financeira nas unidades de saúde gerenciadas pela Sociedade Evangélica é drástica. No Centro Comunitário do Bairro Novo não haveria verba nem para adquirir artigos de primeira necessidade. "A informação que a gente tem é que estão sem dinheiro até para o gás", contou a diretora do sindicato.
Explicações
O Hospital Evangélico é mantido pela SEB, mas mantém convênios federais estaduais e municipais. Por meio de nota encaminhada à imprensa, a direção do hospital atribuiu o atraso a falta de repasses da prefeitura de Curitiba, referentes aos meses de novembro e dezembro. A diretoria do Evangélico disse que pretende esclarecer aos colaboradores o motivo pelo qual os salários ainda não foram pagos integralmente.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba confirmou que há recursos a serem repassados à SEB, mas que a Secretaria Municipal de Saúde ainda está levantando os valores para normalizar o pagamento do convênio. A intenção da prefeitura é efetuar os repasses ainda nesta semana.
Faculdade Evangélica do Paraná
O atraso nos pagamentos também afeta os servidores administrativos da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar). Por meio de nota, a SEB informou que parte dos salários foi pago nesta segunda-feira e que o restante será quitado assim que os repasses forem feitos pela prefeitura de Curitiba.
Funcionários do setor administrativo da Fepar, no entanto, reclamam que apenas os servidores do setor da limpeza e professores tiveram os atrasos pagos. Cerca de 200 colaboradores ainda não teriam recebido sequer o 13º salário. "Eles pagaram apenas os funcionários daqueles setores que costumam fazer greve", disse um servidor da área administrativa, que pediu para não ser identificado.