O Edifício Teixeira Soares, antiga sede da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) na Rua João Negrão, no Centro de Curitiba, repassada à Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano passado, ainda não recebeu destinação alguma. O prédio de 13 mil metros quadrados permanece subutilizado, ocupado apenas pelas coordenações do plano-diretor da universidade, pelo Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e pelo escritório da inventariança da RFFSA.
Se já estivesse ocupado, o Edifício Teixeira Soares poderia ajudar fisicamente a UFPR no Reuni. Entre 2008 e 2009, a universidade ganhou 1,1 mil alunos extras e 185 novos professores (parte ainda em fase de contratação). Sem o novo prédio, a instituição teve de acomodar os novos alunos na estrutura já existente. "Acomodamos com dificuldades. Usamos salas de reunião, tivemos salas lotadas, mas ninguém ficou sem aula", diz pró-reitor de administração da universidade, Paulo Krüger.
Quando recebeu a cessão do prédio em 2008, a UFPR anunciou que unidades administrativas seriam transferidas para o prédio até o início deste ano. Depois, seriam os cursos. Por enquanto, nem uma coisa, nem outra. De acordo com Krüger, a decisão final da ocupação do prédio ainda está sendo estudada.
Em vez de utilizar o prédio para unidades administrativas, a ideia é fazer uma ocupação voltada para os alunos, segundo Krüger. "O prédio fica próximo a um importante corredor de transporte, terá uma ligação com a Linha Verde, então é melhor aproveitá-lo como área didática do que administrativa", explica. Krüger lembra que a nova gestão da UFPR assumiu há apenas 90 dias, por isso o estudo ainda não está concluído.
O pró-reitor afirma que o prédio precisa ser reformado antes de ser ocupado. De acordo com a assessoria de imprensa da UFPR, o valor estimado das obras é de R$ 13 milhões. No momento, a universidade está fazendo intervenções no telhado. "Temos ainda que ver a parte elétrica, hidráulica... É um projeto delicado, já que o prédio é histórico", diz Krüger. O entorno do edifício é tombado como Unidade de Interesse de Preservação do município.
Com tanto trabalho pela frente, o pró-reitor alerta: ocupação para este ano é difícil. Krüger estima que até o início do segundo semestre o projeto esteja pronto e as adaptações possam começar a ser feitas ainda em 2009, liberando-o em 2010. O dinheiro para reforma deve vir de parte do orçamento da própria universidade, do governo federal e de outras fontes.