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Curitiba – A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todos os estados do país, chegou ontem a Curitiba.

Desde a manhã, cerca de 300 representantes de todos os acampamentos e assentamentos do Paraná se reuniram em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para pressionar o governo federal e pedir agilidade no processo de desapropriação de novas terras e o assentamento de famílias ligadas ao movimento. A permanência do MST na garagem do prédio do Incra deve durar até o fim da semana.

As discussões com representantes do Incra no estado duraram todo o dia e devem se estender pela manhã de hoje. Na pauta de reivindicações do MST estão: assentamento das 9 mil famílias acampadas no estado, atualização dos índices de produtividade, aumento dos recursos do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária, liberação de cestas básicas, créditos e mais qualidade para os assentamentos e reestruturação e fortalecimento do Incra.

De acordo com o membro da coordenação estadual do MST no Paraná, José Damaceno, o principal problema envolvendo melhorias na infra-estrutura para as 18 mil famílias que vivem em assentamentos no Paraná está na demora na liberação do orçamento anual do Incra. "São R$ 3 bilhões que o Congresso já aprovou e o governo federal ainda não liberou", explica. "Os acampamentos estão em condições precárias de sobrevivência e os assentamentos precisam de mais investimentos sociais, como escolas, barracões, água, luz e alimentos", diz Damaceno.

Segundo o superintendente do Incra no Paraná, Celso Lacerda, o orçamento começou a ser repassado aos estados nesta segunda-feira, o que irá permitir a assinatura de convênios com várias prefeituras, possibilitando, assim, mais investimentos na infra-estrutura dos assentamentos.

Ainda de acordo com Lacerda, tramitam hoje no Incra 15 processos de desapropriação e 75 de compras de terras, que, somados, representam 130 mil hectares. "Pelo atraso na liberação do orçamento, acreditamos que até o fim deste ano ao menos 20 desses processos estarão concretizados", afirma. "Mas a resposta às reivindicações será constante. O Paraná está cumprido todas as suas metas", garante.

Questões que, segundo Lacerda, não cabem à superintendência do estado, como a liberação de cestas básicas, a renegociação de dívidas e o plano de desenvolvimento, foram repassadas à direção do Incra, em Brasília.

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