Cerca de 600 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), segundo estimativa dos organizadores, montaram acampamento em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ontem, em Curitiba. A manifestação pediu agilidade na reforma agrária no próximo mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva e o assentamento de 8 mil famílias no Paraná.

CARREGANDO :)

Por conta do protesto, o trânsito da Rua Doutor Faivre, entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, no Centro, ficou impedido durante todo o dia de ontem. A rua deve permanecer assim enquanto durar o acampamento, o que, de acordo com a organização do movimento, não tem data para terminar. Esta é a terceira vez, neste ano, que membros do MST acampam em frente à sede do Incra em Curitiba. "Viemos preparados para ficar por tempo indeterminado, até que nossas reivindicações sejam atendidas", afirma uma das coordenadoras do MST, Solange Luíza Parcianello.

Na pauta de reivindicações estão o assentamento de famílias acampadas no estado, investimento em infra-estrutura nos assentamentos, viabilização de assistência técnica para os assentados, ampliação das escolas itinerantes nos acampamentos e a atualização do índice de produtividade – um parâmetro criado em 1975 que define se uma terra é improdutiva ou não.

Publicidade

O superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, recebeu oficialmente a pauta de reivindicações e repassou para o Incra em Brasília, na tarde de ontem, para que fosse analisada. "Temos a expectativa de que o presidente do Incra venha ao Paraná até o fim desta semana", diz. Em relação às reivindicações, Lacerda afirma que "todas já vinham sendo estudadas pelo Incra no Paraná, mas alguns dos pontos apresentados dependem de solução nacional". Para exemplificar, ele cita o índice de produtividade. "Eles (MST) têm razão em reivindicar isso, mas isso não depende de mim, a proposta aguarda sanção do presidente da República", diz.

De acordo com o Incra, a meta para os primeiros quatro anos do governo Lula era assentar 10 mil famílias. Até agora, foram assentadas 7.740 e até o fim do ano mais 2.260 famílias serão beneficiadas.