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O nome do Movimento dos Sem-Terra (MST) acaba de ser envolvido no caso de um sequestro relâmpago ocorrido em Parauapebas, interior do Pará. A história começou na quarta-feira (27), quando uma quadrilha, com quatro homens e duas mulheres, sequestrou o irmão de uma funcionária da agência do Banco Itaú e exigiu, em troca de sua libertação, que entregasse o dinheiro dos cofres da agência.

Nesta quinta-feira (28), a polícia conseguiu localizar e libertar o sequestrado e prender cinco integrantes do grupo. O sexto, segundo o relato policial, morreu durante um tiroteio, ocorrido no momento da chegada ao local do cativeiro.

Ao verificar se os acusados tinham antecedentes criminais, o delegado Antonio Miranda Neto constatou que um deles, Wagner da Silva Cruz, de 29 anos, já havia sido preso e indiciado por crimes de invasão, dano ao patrimônio e formação de quadrilha. A prisão dele ocorreu em maio do ano passado, quando, ao lado de dezenas de outras pessoas, invadiu a sede da Cooperativa de Mineração de Garimpeiros de Serra Pelada, em Curionópolis, durante um conflito em torno dos direitos de exploração da cava de Serra Pelada.

Wagner e outros quatro líderes da ocupação foram enviados para Belém e libertados dias depois, após serem indiciados. Na ocasião, a coordenação estadual do MST protestou e afirmou que entre os detidos figuravam três dirigentes regionais do movimento, citando seus nomes. Um dos citados era Wagner da Silva.

Ao ser interrogado pelo delegado de Parauapebas, Wagner disse que mora no Acampamento Dina Teixeira - dirigido pelo MST, fica às margens da PA-160, entre Parauapebas e Canaã dos Carajás

Nesta sexta-feira (29), questionada sobre o episódio, a assessoria nacional de imprensa do MST não confirmou a ligação entre Wagner e a entidade. Após consulta aos dirigentes estaduais, a assessoria foi categórica: "Essa pessoa não faz parte de nenhuma instância do MST."

O delegado Miranda foi cauteloso. Revelou que Wagner foi preso no ano passado e que mora num acampamento do MST, mas não disse que se trata de uma liderança, nem estabeleceu ligações entre o sequestro e o movimento.

De acordo com as investigações feitas até aqui, o sequestro foi arquitetado por Marcos Aurélio da Silva Rocha, funcionário de empresa de vigilância que prestava serviços ao banco. Ele conhecia a rotina da agência e sabia que a funcionária tinha acesso ao cofre.

No final da tarde de quarta-feira, o grupo sequestrou a funcionária, juntamente com sua filha de 9 anos e o irmão. Em seguida libertaram a mulher e a filha, exigindo que trouxesse o dinheiro do cofre, em troca da vida do irmão.

"Foi um sequestro relâmpago", disse o delegado. "Conseguimos prender a quadrilha e devolver o dinheiro ao banco. Os presos serão encaminhados ao Judiciário."

A invasão da sede da cooperativa ocorreu durante uma série de conflitos que envolveram também a mineradora Vale, que explora minérios na região. Foi quando se descobriu que o MST estava ajudando os mineiros a se organizarem. Na ocasião, Wagner também participou de ações de paralisação da Estrada de Ferro Carajás.

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