Integrantes do Movimento Sem Terra protestaram em frente a superintendência paranaense do Incra, na região central de Curitiba| Foto: Marcelo Elias / Gazeta do Povo

Dos 500 integrantes que bloquearam o trânsito da Rua Doutor Faivre, entre as Avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, em Curitiba, nesta tarde, apenas 40 permaneciam no local na noite desta segunda-feira (8). O trânsito foi liberado. O Movimento dos Sem Terra (MST) diz que não fechará a rua novamente.

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Os sem-terra protestam em frente à Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, no Centro, porque, segundo eles, o órgão teria suspendido convênios para abertura de cursos para assentados.

Os manifestantes reclamam que o governo federal teria cortado 62% do orçamento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) neste ano, o que teria levado o Incra a suspender os convênios para abertura de três novos cursos de agroecologia. Além disso, segundo o MST, recursos já contratados para cursos em andamento, de turmas em três escolas, de nível médio e superior, não estariam sendo liberados.

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A manifestação também cobra a liberação de recursos do orçamento do Incra para aquisição e desapropriação de terras, e o assentamento de sete mil famílias que estariam acampadas no estado.

Outro lado

Segundo o Incra, a verba nacional do Pronera diminuiu de R$ 69 milhões no ano passado para R$ 26 milhões. Claudia Sonda, superintendente regional do Incra, disse que nenhuma das turmas ou convênios firmados serão cancelados

A assessoria de imprensa do Incra afirmou que quatro cursos realizados por meio de um acordo de cooperação com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um quinto curso realizado em convênio com a Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) estão garantidos e não foram suspendidos.

Em encontro com líderes do MST, Claudia explicou um plano para assentar três mil famílias no Paraná em breve.

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Importância

Integrante da Direção Estadual do MST e coordenador de cursos do movimento, Paulo Roberto Miranda afirma que a verba do Pronera é fundamental para manter os agricultores no campo e evitar a venda de terras provenientes de desapropriações.

"Os cursos são ligados a agroecologia. Queremos garantir a sustentabilidade e a permanência da juventude no campo", disse Miranda. De acordo com ele, 400 mil jovens estiveram envolvidos nos cursos ofertados entre 2003 e 2008.