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Pela segunda vez em menos de seis meses, membros da Organização Agrária Camponesa (OAC) mantiveram presos em um de seus acampamentos homens acusados de fazer parte de uma milícia armada no Norte Pioneiro. Desta vez, foram detidos o fazendeiro Mário Vilela Magalhães, 48 anos, e três homens que o acompanhavam. Eles ficaram presos em um acampamento na Fazenda Barra Mansa, em Abatiá, por mais de 24 horas. Um quinto homem conseguiu escapar. Os sem-terra acusam Magalhães, que é proprietário da Fazenda Linda Flora, de organizar uma milícia armada na região.

Os quatro homens foram libertados ontem depois da chegada da Polícia Militar, por volta das 13h30. Eles e os sem-terra prestaram esclarecimentos na Delegacia da Polícia Civil de Ribeirão do Pinhal.

De acordo com um dos líderes da OAC, João Felipe de Freitas, os cinco homens estavam rondando o acampamento à noite, assustando crianças e mulheres. "Achamos que eles iam fazer alguma coisa para nos assustar, como cortar a lona ou botar fogo nos barracos. Como temos aqui cerca de 20 crianças e várias mulheres, uma delas grávida, resolvemos ir até eles para impedir que algo de grave acontecesse", diz o sem-terra. Freitas nega que os homens foram agredidos.

Porém, a versão do fazendeiro e dos homens que estavam com ele é diferente. Segundo Mário Magalhães, eles pretendiam negociar com os sem-terra uma saída para o impasse na fazenda Linda Flora. A fazenda foi invadida pela OAC no mês passado e desocupada dias depois por ordem judicial. "Queríamos conversar, porém eles nos abordaram obrigando-nos a vir para o barraco", conta Magalhães.

Na caminhonete ocupada pelos homens foram encontrados dois telefones celulares, duas facas, alimentos, panelas e cobertores. Para a polícia, isto indica que eles pretendiam acompanhar o que acontecia na fazenda onde os sem terra estão vivendo. Nenhuma arma de fogo foi encontrada.

De acordo com o delegado Getúlio de Moraes Vargas, os sem terra podem responder pelos crimes de cárcere privado e lesões corporais, já que os homens mantidos prisioneiros acusam os acampados de agressão e ameaça de morte. Depois de ouvidos, todos foram liberados. A polícia tem trinta dias para concluir o inquérito.

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