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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupou ontem uma fazenda a quatro quilômetros da cidade de Barbosa Ferraz, na Região Centro-Oeste do estado. Cerca de 80 famílias montaram barracos na Fazenda São Paulo, de 960 hectares. De acordo com a Polícia Militar, a invasão foi pacífica.

A área ainda não foi vistoriada para desapropriação ou compra porque isso só pode ser feito com autorização do dono. O proprietário Carlos Consonel Gomes, residente em Maringá, não foi encontrado para comentar a ocupação.

Outros 80 integrantes do MST estão desde sábado acampados em frente à Fazenda Faxinal das Pedras, no distrito de Guará, a 22 quilômetros de Guarapuava, na Região Central do estado. No ano passado, o MST ocupou a mesma propriedade, porém se retirou, já que a área é de proteção ambiental – no distrito está a nascente do Rio das Pedras, o qual abastece Guarapuava. A fazenda de 7 mil hectares, de atividade madeireira, está abandonada por dívidas tributárias.

Segundo o coordenador estadual do MST, Édson Bagnara, as cerca de 80 pessoas retornaram ao local porque a área não foi respeitada por fazendeiros. Bagnara afirma que o terreno estaria sendo devastado por produtores rurais, os quais, inclusive, estariam usando agrotóxicos próximo dos mananciais. "Se os fazendeiros estão devastando, as famílias querem ter o direito de serem assentadas".

O coordenador de Bacias Hidrográficas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Mauro Battistelli, não concorda. Segundo ele, não há ocupação nas proximidades do manancial, além da do MST. "Como é uma área florestal, não há agricultura na região", garante.

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