Manifestantes vieram em sua maioria das cidades de Ponta Grossa, Lapa, Londrina, Porecatu e Ortigueira| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Centralização

Fechamento de escolas prejudica estudantes da zona rural

Especialistas em educação no campo confirmam a progressiva redução de escolas rurais nos últimos anos. Segundo a professora Maria Antônia de Souza, do Núcleo de Educação no Campo da Universidade Tuiuti do Paraná, uma política comum em muitos municípios é o fechamento de escolas pequenas, que atendem comunidades específicas, e a centralização em estabelecimentos maiores. A dificuldade de transporte até essas novas escolas estaria fazendo muitos estudantes abandonarem os estudos.

Para a professora Elsi do Rocio Cardoso Alano, coordenadora da especialização em Educação no Campo da Universidade Federal do Paraná, o problema do transporte também afeta os docentes. "O transporte oferecido é tão precário e as distâncias, tão longas, que muitos professores que assumem escolas rurais acabam desistindo", diz.

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Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e crianças de 5 a 14 anos ligadas à organização estiveram ontem de manhã na sede da Secretaria de Estado da Educação (Seed), no bairro Vila Izabel, em Curitiba. Representantes do MST, com dez crianças, participaram de uma reunião com o diretor-geral da Seed, Jorge Eduardo Wekerlin. De acordo com o movimento, o objetivo foi pressionar o governo a melhorar o ensino nos assentamentos e acampamentos rurais.

Entre as principais reivindicações estão a construção de colégios estaduais em assentamentos, melhores condições de trabalho para os professores, ampliação da política de educação para jovens e adultos e garantia de transporte e de merenda escolar de qualidade – com 30% dos alimentos vindos da agricultura familiar. Segundo o movimento, desde 2000 foram fechadas 44% das escolas da zona rural no Paraná.

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Segundo o MST, os "sem-terrinha" vieram, em sua maioria, de Ponta Grossa, La­­pa, Londrina, Porecatu e Or­­ti­­gueira. A "ocupação" também ocorreu em pelo menos sete Núcleos Regionais de Educação (NRE) do estado.

Promessas

Durante o encontro, We­­kerlin afirmou que os estudantes dos acampamentos são tão importantes quanto os da cidade. No início da tarde, a Seed publicou documento reafirmando que os contratos dos professores temporários serão prorrogados para 2013. Além disso, disse que já foram licitados os materiais de construção para adequação física das escolas itinerantes. O órgão esclareceu que ampliou os repasses para a compra de merenda escolar.

VIDA E CIDADANIA | 5:29

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Representantes do MST e "sem-terrinhas" são recebidos pelo diretor geral da Secretaria de Estado da Educação, Jorge Eduardo Wekerlin, e apresentam reivindicações para escolas de assentamentos do Paraná.