Cerca de 700 sem-teto armaram barracas na calçada do Viaduto do Chá, ao lado do prédio da Prefeitura de São Paulo, após duas mil famílias terem ocupado dois prédios abandonados na região central e um terreno na zona sul da cidade. Segundo a Frente de Luta por Moradia (FLM), o uso dos três locais para construção de moradias de interesse social é uma antiga reivindicação do movimento.
No centro, foram ocupados o Edifício Prestes Maia, próximo à Estação da Luz, e um edifício na Avenida Nove de Julho que pertencia ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As famílias também ocuparam um terreno em M'Boi Mirim.
Ivaneti de Araújo, coordenadora do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC), afirma que 172 famílias despejadas em 2007 do Edifício Prestes Maia ainda não têm onde morar, apesar de muitos prédios na região central estarem vazios. "Há mais de 400 imóveis vazios no centro, com dívidas milionárias de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), que poderiam se tornar moradia de interesse social", diz.
Segundo a assessoria da FLM, houve um breve confronto entre moradores e a Polícia Militar (PM), com uso de bombas de efeito moral e gás pimenta, atrás do edifício ocupado na Avenida Nove de Julho. A corporação nega.
Em carta aberta, a FLM afirma que "moradia digna é um direito" e pede projetos de habitação popular, aquisição das terras por preços justos, desapropriação dos imóveis dos devedores de impostos e medidas fiscais, como o imposto progressivo para os imóveis vazios e abandonados.
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