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Um grupo de sem-teto ligado ao MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo) ateou fogo na madrugada desta quarta-feira (19) em dois andares de um prédio invadido na avenida Conselheiro Crispiniano, na região central de São Paulo. Uma pessoa foi detida.

O prédio, ocupado desde julho do ano passado, é alvo de uma reintegração de posse programada para esta manhã.

O primeiro foco de fogo começou por volta das 4h, no primeiro andar do edifício, e foi apagado por membros do movimento contrários a incendiar o prédio. Já o segundo foco -o maior- começou no terceiro andar e se espalhou. O fogo foi controlado por ao menos cinco equipes dos bombeiros.

Os sem-teto disseram que seis membros do MSTS foram ao local para apagar o fogo e, na tentativa de fugir, ficaram confinados no último andar. "Eu sei que estão bem porque gritei do alto de outro prédio", disse Wladimir Ribeiro Brito, um dos líderes do movimento.

De acordo com o major da PM Luís Augusto Ambar, o grupo foi retirado sem ferimentos do edifício pelos bombeiros.

Antes do incêndio, cerca de 50 sem-teto se envolveram em uma confusão com a polícia em frente ao prédio. Brito disse que o grupo estava terminando de retirar pertences do local quando a polícia chegou e jogou bombas de gás lacrimogêneo.

Elenice Tatiana Alves, 32, uma das coordenadoras do MTST e moradora do edifício, reclama que estava deixando o local carregando uma sacola quando a PM chegou jogando bombas de gás. Grávida de oito meses, ela disse que chegou a passar mal com o efeito das bombas.

"Quase desmaiei, uma moradora me trouxe para o outro prédio ocupado", disse EleniceIrritados, sem-teto que estavam no edifício começaram a quebrar os vidros. Enquanto outro grupo do lado de fora ainda tentava negociar com a polícia quando teve início o primeiro foco de fogo.

"Eu tentei apagar o fogo, mas veio muita fumaça e desisti", disse Brito.

Por volta das 6h, policiais militares continuavam em frente ao imóvel que teve dois andares incendiados esperando a chegada da perícia e do oficial de Justiça para cumprir a reintegração de posse.

Tentativas de ocupação

Mais cedo, os sem-teto entraram em confronto com a polícia ao tentar invadir dois prédios na região central. Brito disse que as tentativas de ocupar outros imóveis ocorreram porque o MSTS não conseguir realocar todos os moradores do prédio reintegrado.

"Invadimos um prédio no sábado (15) e colocamos parte das famílias. O restante transferimos para outras ocupações", explicou.

Por volta da 1h, a PM utilizou bombas de efeito moral para impedir que o mesmo grupo invadisse um prédio comercial na alameda Barão de Limeira, também na região central.

Segundo o segurança do prédio, Jorge Alves dos Santos, 58, o grupo quebrou a maçaneta e o vidro da porta. O prédio de cinco andares é um antigo hotel que teve os quartos transformados em salas comerciais, de acordo com o segurança.

Testemunhas disseram que os policiais jogaram bombas de efeito moral contra o grupo que tentou ocupar o prédio. Entre os sem-teto estavam crianças e mulheres com carrinhos de bebê.

Uma mulher, que não quis se identificar e participou da tentativa de invasão do prédio, disse que os policiais também jogaram gás pimenta contra as crianças.Uma outra tentativa de invasão ocorreu também durante o início da madrugada em um edifício na rua Boa Vista, no centro da capital. Uma pessoa foi presa com uma ferramenta que seria utilizada para arrombar a porta do imóvel.

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