A cada ano, as operações tapa-buracos realizadas pela prefeitura de Curitiba equivalem à distância entre a capital paranaense e Manaus (AM): cobrem aproximadamente 4,1 mil quilômetros de vias. A obra paliativa tenta dar conta da grande demanda por pavimentação, mas o reaparecimento dos buracos, que costuma ocorrer a cada quatro meses,gera muitas reclamações entre os moradores.
O gerente comercial Nazareno Borges, mora na Rua Leão Sallun, no Boa Vista, há apenas um ano e meio. Já recorreu ao serviço 156 da prefeitura por três vezes para solicitar reparos na via. Atualmente, há novos buracos. Segundo ele, o serviço é executado rapidamente, o problema é que dura pouco. “A cada três, quatro meses estão de volta. É um perigo, pois estragam os carros e podem provocar acidentes, motoristas tentam desviar dos buracos e avançam sobre pedestres, que não têm nem calçada por onde andar”, conta.
“A gente escuta cada baque aqui”, conta Lenilce Guimarães dos Santos, síndica do Condomínio Andrômeda, que fica na esquina das ruas Antonio Gongola e Senador Gaspar Velloso, também no Boa Vista. Ela mora há 30 anos no local e até diz que a pavimentação “já foi pior”, mas que está na hora do problema ser resolvido definitivamente.
Há alguns meses, Lenilce e vizinhos juntaram 400 assinaturas para um abaixo-assinado, pedindo asfalto. “A prefeitura começou a fazer a asfaltar na rua, ali para cima, fiquei muito empolgada, achando que chegaria até aqui, mas nada”, conta.
O desejo dos moradores do Boa Vista é o mesmo da maioria da população de Curitiba. Nas audiências públicas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) realizadas neste ano, a maior parte dos pedidos diz respeito a vias e pavimentação – 27% do total.
“Melhor material”
A Secretaria de Obras Públicas da prefeitura informou, via assessoria de imprensa, que o material usado nas operações tapa-buracos é o mesmo usado para a pavimentação total da rua, e é “o melhor material disponível na prefeitura para execução deste serviço”. A secretaria atribui o rápido desgaste à quantidade de chuvas e ao aumento de tráfego de veículos pesados na via.
A secretaria informou ainda que a manutenção das ruas visitadas pela reportagem no Boa Vista está agendada para os próximos dias, de acordo com cronograma do distrito de manutenção da administração regional.
Em relação aos pedidos por pavimentação asfáltica, as duas ruas não constam da programação atual da Secretaria de Obras, estabelecida de acordo com a disponibilidade orçamentária. “É importante ressaltar que a programação atende a um planejamento prévio, definido a partir de demandas apresentadas pela população nas audiências públicas da LOA (Lei Orçamentária Anual) ou cadastradas nas administrações regionais e também por emendas de vereadores”, diz o órgão.
1 km de asfalto equivale a 400 km de tapa-buraco
A prefeitura de Curitiba informa que executa a cada mês 347,85 km de manutenção em pavimentação asfáltica nas operações tapa-buracos a cada mês. Se utilizasse a verba para asfaltar definitivamente uma via, mal daria para cobrir 1 km.
O custo por quilômetro nas operações tapa-buracos é de R$ 10 mil. A pavimentação alternativa custa em torno de R$ 1 milhão/km. O asfalto definitivo tem custo de R$ 4 milhões/km.
Em Curitiba, do total da malha viária de 4,5 mil km, apenas 32% são de asfalto. A maior parte, 60%, é coberta com antipó, e ainda há 8% de vias de paralelepípedo, pedra ou saibro.
A Secretaria de Obras informa que a pavimentação ocorre de acordo com planejamento prévio e conforme a execução orçamentária. A atual administração executa a cada ano, em média, 45 km de reciclagem de pavimento – que inclui a fresagem asfáltica e a troca de antipó por pavimento asfáltico – e 20 km de implantação de novo pavimento asfáltico, substituindo vias de terra por asfalto.
Até o final de 2016, terão sido investidos, segundo a prefeitura, R$ 430 milhões para melhorias de 400 trechos de ruas, somando 233 quilômetros de vias que receberam asfalto novo ou reciclagem do pavimento .
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