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Quando se mudou para uma casa maior, a cerca de 200 metros do endereço antigo, no início do ano, o segurança Wagner Bran­­dão dos Reis não imaginou o transtorno que seus filhos iriam enfrentar. Wagner mora em Borda do Campo, bairro localizado na região da divisa entre São José dos Pinhais e Piraquara. A casa antiga ficava dentro dos limites do município de Pira­­quara, mas a nova está na área de São José. Com a mudança, Tiago, de 15 anos, e Tainá, 11, perderam o direito ao transporte escolar – serviço municipalizado, sem qualquer tipo de integração metropolitana. Matriculados no Colégio Estadual Mário Braga, em Piraquara, eles só frequentaram a escola neste ano no primeiro dia de aulas, 8 de fevereiro. Desde lá, aguardam uma solução para o impasse.

"O dono da casa onde eu morava até me ofereceu um comprovante de residência, mas preferi ser honesto e informar o endereço atual", conta. "Me estrepei."

No primeiro dia de aula, as crianças atravessaram a ponte sobre o rio que divide os dois municípios, a 150 metros de casa, e caminharam até o ponto de embarque, já em Piraquara. Em­­barcaram normalmente. Na volta, porém, foram impedidos de

embarcar pelo motorista, que teria recebido ordens superiores. Por sorte, naquele dia eles tinham dinheiro para pegar quatro ônibus (São Cristóvão, Piraquara-Pinhais, Colombo-São José, Afonso Pena-Borda do Campo) e voltar para casa.

Desde então, as crianças estão sem poder ir à escola, pois o pai não tem como arcar com o transporte. Wagner procurou a prefeitura de Piraquara, mas disse ter sido mal atendido. Foi à ouvidoria da Secretaria Estadual da Educação (Seed), onde foi bem atendido. "A professora que me atendeu fez o contato com uma funcionária da logística", explica. "Conversei por telefone com a funcionária, que se comprometeu a me atender no dia 18, às 10 horas."

No dia combinado, a servidora não pôde atendê-lo porque havia ido a Rio Branco do Sul. No dia seguinte, Wagner voltou a procurá-la e ela negou ter marcado hora com ele.

A secretária da Educação de Piraquara, Loireci Dalmolim, alega que o município vem arcando com quase 85% do custo do transporte escolar, inclusive para escolas estaduais, por isso foi necessário cortar o benefício de quem não mora no município. "Matricular os filhos no Mário Braga e não no Colégio Tiradentes, em São José dos Pinhais, foi opção dele", argumenta.

O segurança, por sua vez, alega que no Tiradentes imperam a indisciplina e as agressões a professores pelos alunos. "Meus filhos não vão estudar lá", afirma. "Que­­ro fazer valer meus direitos." (AS)

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