O Paraná quer estimular a criação de ostras. A partir de outubro, o Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM), mantido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e localizado na Praia das Caieras, em Guaratuba, passará a produzir sementes da ostra nativa Crassostrea rhizophorae, que depois serão distribuídas gratuitamente aos maricultores do estado. O projeto é mantido pelo Fundo Paraná, da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), e tem duração prevista para 24 meses.
A expectativa é de que 2 milhões de sementes sejam produzidas até o fim do próximo mês e divididas entre aproximadamente 30 produtores e pescadores, de seis áreas de cultivo, três na baía de Guaratuba e três na baía de Paranaguá. O período de engorda da espécie varia entre 9 e 12 meses, afirma o professor do curso de Biologia da PUCPR e coordenador do Projeto Produção de Semente de Ostra Nativa em Larga Escala, Moacyr Serafim Júnior.
"A segunda fase será a distribuição e principalmente a capacitação para o manejo das sementes. Os pescadores estão acostumados a retirar sementes do ambiente, que são de um tamanho bem maior do que as produzidas no laboratório e exigem cuidados diferentes", explica Serafim Júnior. A comercialização será de responsabilidade do maricultor. Hoje, a dúzia de ostras no litoral custa de R$ 6 a R$ 10.
Além do propósito comercial, a iniciativa também tenta garantir um menor impacto ambiental. O extrativismo tem contribuído para a exaustão dos estoques naturais da ostra nativa. "Essa é uma das atividades com a qual o pescador tradicional mais se identifica. É mais fácil capacitar o pescador para a atividade", explica o coordenador.
A escolha pela espécie de ostra nativa visa o melhoramento genético das matrizes. "Esse vai ser o diferencial, porque a desova vai ser feita com ostras matrizes que foram escolhidas no ambiente porque cresceram mais rápido. O cruzamento entre elas deve gerar lotes que crescem cada vez mais rápido", diz o presidente da Associação Guaratubana de Maricultores (Aguamar), Nereu de Oliveira.
Segundo ele, o problema é que o projeto, por enquanto, tem garantia para funcionar por apenas 24 meses. "Dois anos é um tempo muito pequeno e tememos que depois não haja matéria prima para produzir", diz Oliveira.
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