Não se sabe ao certo quantas reduções jesuíticas existiram no Paraná. Há notícia de que pelo menos 19 delas foram construídas no estado, mas nem todas têm comprovação científica até porque as reduções sumiram quando os bandeirantes começaram a saquear a antiga região do Guairá. Independentemente do número, a certeza é que elas foram importantes para a história paranaense.
O assunto será debatido no Seminário Internacional Indígenas, Missionários e Espanhóis, que ocorre na semana que vem, do dia 15 a 17 de outubro. O evento é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura. Especialistas de outros estados e países participarão do seminário com o objetivo de apresentar um conjunto de estudos já produzidos e incentivar novos projetos de pesquisa sobre ação espanhola no território paranaense. O seminário é gratuito e as inscrições devem ser feitas no site (www.seec.pr.gov.br) até terça-feira.
As reduções foram construídas com o objetivo de catequizar os índios que já viviam por aqui, no final do século 16. Todas tinham o mesmo formato: uma igreja com uma praça na frente a casa dos padres e, ao redor, as casas dos índios.
No Rio Grande do Sul e na Argentina, por exemplo, ainda existem ruínas das reduções, mas no Paraná elas praticamente sumiram por dois grandes motivos: a técnica construtiva usada e a presença dos bandeirantes. As reduções eram construídas com o material mais abundante da região onde seriam instaladas. No Paraná era o barro. Por isso, foram feitas com taipa de pilão (barro batido e prensado), o que fez com que elas desaparecessem com o passar dos anos. Em outros lugares, elas foram erguidas com pedras e resistiram ao tempo.
Os especialistas também debatem a origem das reduções e se os mesmos padres foram responsáveis pela formação de várias delas. "Houve uma migração dos padres que estavam no Paraná para o sul, por causa da presença dos bandeirantes. Talvez os mesmos jesuítas que estiveram no Paraná foram para a Argentina", explica o professor Oséias de Oliveira, especialista no assunto.
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