Brasília O Senado aprovou ontem, por aclamação, a Medida Provisória 327 que torna menos rígidas as regras para aprovação comercial de organismos geneticamente modificados e permite a comercialização de algodão transgênico ilegalmente plantado no país. O desfecho, que já era dado como certo desde o início da semana, foi lamentado por ambientalistas e comemorado por agricultores e parte de cientistas, que lutavam pela mudança das regras para a aprovação de transgênicos na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
O texto aprovado pelos senadores agora vai para sanção do presidente Lula. Esta é a última esperança dos ambientalistas Quando foi editada, a MP não tinha em nenhum de seus artigos temas como funcionamento da CTNBio ou liberação de algodão pirateado. Tratava apenas da regulação das zonas de amortecimento distância mínima entre plantações de sementes transgênicas e áreas de conservação.
O texto acabou sendo aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente, mediante o acordo de que qualquer alteração no texto, durante sua tramitação no Congresso, seria vetada pelo presidente. E é esta promessa que ambientalistas e a ministra agora esperam ver cumprida. Ontem pela manhã, Marina Silva mostrava-se disposta a trabalhar para que o texto original da MP fosse retomado. Ela planejava até mesmo fazer uma visita ao relator do projeto no Senado, Delcídio Amaral (PT-GO). "Não queremos ver essa MP transgênica ser aprovada", afirmou. Mas acabou desistindo. Em seu lugar, foi um dos técnicos do ministério. Marina sempre se mostrou confiante na canetada presidencial. O secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco, também repetia o discurso da calma: dizia estar convicto de que o texto original seria ressuscitado pelo presidente.
A convicção, no entanto, não é compartilhada por outros ministros e cientistas. Muitos estão certos de que a edição da MP e sua posterior mudança foi a forma "honrosa" que encontraram para alterar as regras da CTNBio sem afrontar a ministra Marina Silva. Há tempos a Casa Civil tinha na gaveta um projeto alterando o quórum da comissão, que contava com a anuência de vários ministérios.
Nas duas votações da MP, a relatoria ficou sob responsabilidade de parlamentares do PT. Nas duas ocasiões, não atenderam aos apelos do MMA. Na Câmara, o relator foi o deputado petista Paulo Pimenta que introduziu as alterações que transformaram o projeto em "transgênico". Ontem, Delcídio manteve o texto da Câmara e, para completar, o PT partido da ministra liberou a bancada para votar da forma que conviesse a cada senador.
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