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Caso Carla

Senado vai ouvir amigos de estudante

As duas pessoas que mais tiveram contato com a estudante paranaense Carla Vicentini, 22 anos, antes do seu desaparecimento, há 78 dias nos Estados Unidos, serão convocadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Emigração Ilegal, para uma acareação. A estudante brasiliense Maria Eduarda Ribeiro (a Duda), que dividia o apartamento com Carla, e o empresário francês José Fernandes Madeira Martins, dono do apartamento, serão convocados como testemunhas, não como suspeitos, para responder às perguntas dos deputados e senadores que compõem a CPI.

O requerimento, solicitado pelo senador Marcelo Crivella (PL-RJ), foi aprovado no início da tarde de ontem depois de cerca de uma hora e meia de depoimento de Tânia Vicentini – mãe de Carla – na CPI. A data para a oitiva ainda não foi marcada, mas a secretaria da CPI informou que hoje o documento de convocação seria encaminhado para a Polícia Federal.

Ainda segundo a secretaria, o empresário provavelmente será ouvido na próxima quinta-feira. Em relação a Duda, a secretaria da comissão informou que terá mais dificuldades para convocá-la uma vez que ela está nos Estados Unidos e seria necessária a intervenção do FBI.

"Foi muito boa a minha vinda para cá (Brasília). Achei muito oportuna a convocação deles (Fernandes e Duda) porque afinal eles foram as pessoas que estiveram por mais tempo com a minha filha nos EUA. Eu não esperava essa atitude da CPI, mas fiquei muito feliz", contou a mãe da estudante por telefone, ainda no aeroporto da capital federal, minutos antes de embarcar para Maringá.

Ministro

A felicidade de Tânia foi redobrada, assim como as esperanças de encontrar a filha viva, após a audiência com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. No encontro, que durou cerca de 40 minutos, Tânia teve a garantia do ministro de que o Brasil vai se empenhar no caso. "Eu falei tudo que sabia sobre o desaparecimento da Carla. Depois ele me garantiu que iria ajudar no que fosse preciso e o mais breve possível", disse.

O deputado federal paranaense Hermes Parcianello (PMDB), que também esteve na audiência, disse que o ministro ficou sensibilizado e que "não em nome dele ou do ministério da Justiça, mas em nome do presidente e do Brasil iria se dedicar inteiramente ao caso", contou o parlamentar.

De acordo com Tânia e Parcianello, Thomaz Bastos teria adiantado que terá uma reunião hoje, às 11 horas, com a Polícia Federal para tomar algumas providências. Uma delas o ministro adiantou: "Ele disse que amanhã (hoje) vai entrar em contato com um programa dos EUA que ajuda a encontrar pessoas desaparecidas", disse Tânia.

Outra notícia que animou a família de Carla foi dada pelo agente do FBI Daniel Clegg, que também esteve na audiência com o ministro. Ele informou que a polícia de Newark está quebrando o sigilo bancário de todas as pessoas que usaram o cartão de crédito no Adega Bar na noite do desaparecimento, para poder localizá-los e entrevistá-los.

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