Brasília O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto que deu origem ao Estatuto da Igualdade Racial, admitiu sábado que pode ampliar o conceito do estatuto para cotas sociais, o que incluiria critérios de pobreza e renda, e não mais raciais, se for esta a vontade do governo federal. Caso seja modificado, o projeto terá de voltar ao Senado, no qual já havia sido aprovado em consenso entre oposição e governo. O senador discutiu a possibilidade de mudança com a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil. Nesta semana, Paim e a ministra voltarão a discutir a possibilidade de mudança. "Como o projeto já está em tramitação há muito tempo, o melhor caminho seria, se for o caso, fazer essa modificação na Câmara", afirmou. A sinalização de que o governo deve mudar seu entendimento surgiu em declarações do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. "Achamos que a questão racial existe, mas está imersa na desigualdade social. E, dentro dessa desigualdade, os afrodescendentes são os mais atingidos", disse Tarso. O estatuto tem alguns pontos polêmicos, como o que prevê ao menos 20% de atores afrobrasileiros em programas de tevê.
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