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Londrina – Duas equipes do Hospital Universitário (HU) de Londrina realizaram com sucesso a separação de gêmeos siameses, na última sexta-feira. Os bebês Gabriel e Guilherme têm cinco meses de vida e receberam alta ontem, deixando o hospital no colo dos pais, o administrador Elton Eber Gomes, 30 anos, e a estudante de Direito Evelyn Maria Gomes, 24 anos.

O procedimento deverá resultar em um artigo científico, uma vez que foi usada uma técnica nova durante os meses anteriores à cirurgia: aos poucos, a mãe realizou exercícios de fisioterapia que ajudaram no afastamento dos gêmeos. Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen, fígado e pericárdio (membrana que reveste o coração). São siameses do tipo xifo-onfalópagos. Nasceram unidos porque a divisão do embrião foi incompleta. A ocorrência de irmãos siameses é de um para cada 100 mil nascimentos.

No caso de Gabriel e Guilherme, a união foi verificada durante a gravidez da mãe e acompanhada por médicos do HU. Dois meses depois do nascimento, iniciou-se os preparativos para a separação dos bebês, conforme explicou o cirurgião pediatra Lúcio Tedesco Marchese. Ele foi chefe de uma das duas equipes que comandaram a cirurgia. O outro médico é Fernando Costa. "Houve um planejamento absoluto. Com os exercícios de fisioterapia, a mãe foi afastando (os bebês). Com isso, eles foram ganhando pele e parede muscular, dispensando a prótese para depois da separação e afastando o risco que há nestes casos de infecção", explicou Marchese. Os procedimentos pré-cirurgia duraram 1h30 e a cirurgia em si levou 2h30.

A experiência, segundo Evelyn, foi um misto de surpresa, medo, fé e alegria. A surpresa veio em duas etapas. Primeiro ao descobrir que estava grávida e, depois, no terceiro mês de gestação, descobrir que os filhos eram siameses. O medo de perder os gêmeos deu lugar à fé e as orações de vários conhecidos.

No final da tarde de ontem, a família era o retrato da alegria com o sucesso da cirurgia e a alta que receberam para levar as crianças para casa. "Sempre confiamos que tudo fosse dar certo. Na hora da cirurgia fiquei ansiosa, mas depois, quando vi os dois, fiquei muito emocionada. A experiência deixou nossa família muito mais unida", disse Evelyn.

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