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Para amigos e familiares, sequestrador de Brasília era cara pacato

Amigos e familiares de Jac Souza dos Santos, que manteve refém por mais de sete horas um funcionário de um hotel em Brasília, durante a manhã e a tarde desta segunda-feira (29), contam que o jovem de 30 anos nunca aparentou ter problemas psíquicos e era uma pessoa tranquila.

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Jac Souza Santos, o homem que invadiu um hotel em Brasília, fez um funcionário de refém e ameaçava explodir uma bomba entregou-se à polícia. O hotel já havia sido esvaziado e Santos desistiu da ação por volta das 16h15, depois de muita negociação. A polícia descobriu que ele havia deixado cartas de despedida para a família e dizia que iria morrer.

Três cartas de despedida foram deixadas por Jac Souza dos Santos em casa de parentes e em sua própria residência, em Palmas (TO).

"O teor da carta é de despedida. Ele falou que essa tempestade vai passar e que ele vai dar cabo da vida dele", relatou Paulo Henrique Almeida, diretor de comunicação da Polícia Civil. Segundo ele, o texto foi escrito na última sexta-feira (26) e foi encontrada pela polícia na casa da mãe, tios e de Santos.

Santos escreveu estar desesperado e expressa o desejo de "mudar o panorama do país", segundo o delegado.

Almeida afirmou ainda que ele chegou de carro à capital --o automóvel já foi apreendido.

Jac Souza dos Santos, 30, foi também secretário municipal de agricultura e agropecuária do município. Ele não tem antecedentes criminais e estaria atualmente trabalhando em uma campanha eleitoral.

Ao longo da tarde, o sequestrador não apresentou uma reivindicação clara. Entre os pedidos estavam a aplicação da lei Ficha Limpa (que impede a candidatura de políticos condenados em tribunais colegiados da Justiça), o fim da reeleição no Brasil e a extradição de Cesare Batisti (italiano acusado de assassinato na Itália que conseguiu autorização para permanecer no Brasil).

Segundo uma tia de Santos, que foi até o local, o sequestrador sempre se interessou por política. "Ele sempre gostou de política e achava que a política brasileira era feita de forma errada. Ele falava que iria consertar [isso]".

Bomba falsa

Santos estava armado e fez com que um funcionário do hotel St. Peter usasse um colete em que supostamente estaria material explosivo. Não há feridos.

A polícia chegou a afirmar que tinha 98% de certeza de que os explosivos eram verdadeiros. Policiais suspeitavam que o explosivo seria dinamite. No entanto, com o fim do sequestro constatou-se que a bomba e a arma eram falsas.

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