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Violência

Seqüestro de 36 horas teve motivos passionais

São Paulo – O delegado Paulo Sérgio Maluf Barroso disse acreditar que o presidiário Edson Félix dos Santos, 34 anos, manteve Carla Joelma Alencar Viana, 33 anos, refém por 36 horas por motivos passionais. Delegado em Osasco, Barroso acompanhou as negociações entre o presidiário e a polícia.

Um relacionamento interrompido contra sua vontade teria levado Santos a fazer Carla sua refém. Segundo o delegado – supervisor da Delegacia de Homicídios e do Grupo Anti-Seqüestro –, Santos não admitiu em depoimento que cometeu um crime e disse que a ocorrência começou com uma discussão sobre o relacionamento. "Tudo indica que a motivação (do seqüestro) é passional. Mas ele parecia estar bastante frio, não falava frases desconexas. Não aparenta ter nenhum problema", afirmou o delegado.

Santos recebeu o benefício de saída temporária para ver a família durante as festas de fim de ano. Deveria voltar na terça-feira, mas resolveu ir até a casa de Carla, armado com um revólver. De uma discussão, segundo a polícia, passou a manter a mulher sob seu poder.

"A impressão que tive é de que o relacionamento acabou contra a vontade dele", disse o delegado.

Em depoimento, Santos disse à polícia que manteve relação sexual com Carla durante o seqüestro. Ela negou. "Enviamos a vítima ao hospital para realizar exames que vão apontar se houve relação sexual e se foi consensual ou não. Caso eles tenham se relacionado sem a concessão dela, a pena dele vai se agravar por crime de estupro", afirmou o delegado.

Ao longo das 36 horas, a casa de Carla foi cercada por dezenas de policiais e curiosos. Segundo o tenente-coronel Flávio Jari Depieri, comandante do 3.º Batalhão de Choque, que acompanhou as horas finais do seqüestro, as negociações foram difíceis porque Santos não tinha reivindicações claras e limitava-se a dizer que não queria voltar para o presídio.

Na tarde de quarta, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), que conduziam as negociações, cortaram luz, telefone e água da residência. A estratégia, segundo o oficial Depieri, foi a de tentar vencer pelo cansaço. Na madrugada de ontem, a tática deu certo. O detento adormeceu, exausto, e Carla conseguiu fugir pela janela.

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