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Série de ataques deixa polícia do Rio em alerta

Homens armados atearam fogo em três carros ontem: reação às UPPs | Severino Silva/Ag. O Dia
Homens armados atearam fogo em três carros ontem: reação às UPPs (Foto: Severino Silva/Ag. O Dia)

Pela primeira vez desde o começo da onda de arrastões e incêndios de carros iniciada em setembro passado, a cúpula da Se­­gurança Pública do Rio de Janeiro atribuiu os ataques a ação orquestrada por uma única facção criminosa. Para as autoridades, os crimes são uma reação às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e às transferências de detentos de maior periculosidade para presídios federais.O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, diz que a política de segurança do estado não sofrerá modificações. "Os criminosos apostaram que esse programa [de transferência de presos] iria ser esvaziado e isso não ocorreu e não vai ocorrer", avalia. "Se o tráfico apostar que vamos desistir, nós dobramos a aposta. Já mandei 40 [para presídios federais] e a fila agora vai andar", disse ele, que chamou os mandantes de "traficantes emburrados" com ações do governo.

Apesar de não citar o nome do Comando Vermelho, para a Polícia Militar a ordem para a execução dos crimes vem dos líderes da facção nos presídios e nas favelas. "Vamos retomar as operações em algumas favelas não pacificadas de forma muito pontual, para que possamos localizar esses criminosos", afirmou o coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da Polícia Militar do Rio.

Desde o início do ano, já ocorreram cerca de 50 arrastões – metade a partir de setembro. No fim de semana, foram pelo menos quatro, um deles contra um carro da Aeronáutica, e outros em regiões como a Lagoa. Ontem mais três carros foram incendiados por homens armados, que também atacaram uma cabine da Polícia Militar em Irajá, na zona norte do Rio. Nos dois casos, ninguém ficou ferido.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) disse ontem que não haverá retrocessos na política de segurança. "Se esse é o desejo desses marginais, eles ficarão frustrados." A Secretaria de Segurança disse hoje que 150 motos foram distribuídas aos batalhões para que policiais se desloquem com maior facilidade em casos de arrastão. Haverá reforço no policiamento das linhas Vermelha e Amarela. As ações de final de ano da PM foram antecipadas e as folgas reduzidas para que haja mais homens nas ruas.

"Não quero dizer que isso [os ataques] não vai parar. Essa caminhada é muito grande e fatalmente outros grupos vão ter prejuízos. Eu sei que incendiar carro causa medo, mas temos um plano de médio prazo", disse Beltrame.

Segundo ele, o governo do Rio investirá em ações de inteligência para tentar "antecipar" novas retaliações de "grupos prejudicados".

"Tem 40 saídas nas vias expressas, é uma situação difícil. O que tem que fazer é dar dinâmica para esse policiamento. Vamos reforçar policiamento e voltar a atuar em alguns morros", disse.

O secretário, contudo, diz que não é necessário o auxílio de tropas federais. "São situações pontuais, na rua. Isso é mais atinente ao policiamento", afirmou após reunião na Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

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