São Paulo (AE) O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato a presidente, acusou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer uso da máquina governamental com fins eleitoreiros. "Ao meu ver, ele (Lula) está excedendo-se na utilização da máquina pública para a campanha eleitoral e nem sempre emitindo os melhores conceitos", disse, após visitar as obras em São Paulo.
Apesar da crítica, Serra reconheceu que o presidente ainda é um nome competitivo na corrida eleitoral. "O Lula é competitivo; não tenho dúvida", disse, sobre o fato de vários tucanos terem reconhecido que o presidente ainda é um nome forte, eleitoralmente.
Mesmo assim, o prefeito de São Paulo insistiu que Lula se excede no uso da máquina pública com o objetivo de fazer a campanha à reeleição. Ao exemplificar as afirmações, Serra disse que ele "faz uma pregação das excelências, das ignorâncias e do não estudo", ao propor a não-realização de concurso público para a contratação de agentes sanitários.
"Não pode um presidente da República dizer que não quer fazer concurso porque no concurso passam as pessoas mais preparadas", emendou. O prefeito acrescentou: "Nós devemos é estimular a nossa população a estudar e não desestimulá-la dizendo: Olha, não adianta estudar, pois não vamos fazer concurso para que aqueles que se prepararem melhor não ingressem no serviço público".
Serra também acusou Lula de divulgar obras de saneamento financiadas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) sugerindo que o governo federal faz publicidade de projetos custeados com recursos do órgão.
"O FAT é um fundo e não é partidário. Ele está aí para emprestar. Agora, eles (o governo) estão apresentando-se como titulares disso", disse. No ataque, o prefeito comparou o presidente ao ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf (PP), que, segundo ele, tem o hábito de levar o crédito por obras que não foram, exclusivamente, feitas na gestão dele.
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