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Brasília (Folhapress) – O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB- PR), criticou ontem um suposto acordão em curso na Câmara dos Deputados para poupar da cassação deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. "Ai dos partidos que estão sendo investigados se assim se comportarem. Quem não for depurado agora vai ser depurado nas eleições de outubro", disse.

A suspeita de uma operação-abafa na Câmara surgiu depois que o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), que teve sua cassação recomendada pelo Conselho de Ética, foi poupado pelo plenário da Casa em dezembro. Ele foi beneficiado com dinheiro sacado das contas do publicitário Marcos Valério de Souza.

Segundo Serraglio, o relatório final da CPI não irá poupar ninguém. "Se alguma coisa foi deixada de fora até o momento não foi para beneficiar uma pessoa, segmento ou partido", afirmou. Ele explicou que os relatórios preliminares deixaram questões de fora devido ao excesso de volume de dados que estão sob investigação.

O relator rebateu ainda a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao "Fantástico" no domingo, e disse que, independentemente do relatório final da comissão, a população já teria se convencido de que o mensalão existiu. "O que estamos presidindo aqui é um grande júri popular. Quem está se convencendo das provas é a população, que está assistindo quem vem depor. Não vai ser o relatório que vai convencer ninguém. Daí a perplexidade diante da declaração de que não há provas ainda."

O relator se referia à declaração do presidente Lula de que ainda não há provas da existência do "mensalão" e que é preciso aguardar o relatório final da CPI para só então tirar conclusões.

"Eu não retalio o PT por ter cometido equívocos, todos cometemos, nisso eu concordo com o presidente, mas é preciso tomar posição, responsabilizar pessoas", afirmou Serraglio ao discursar na abertura da sessão da CPI.

Serraglio também reclamou da intenção do PT de fazer um relatório paralelo ao apresentado pelo relator, em caráter parcial, no final do mês passado. Nenhum integrante do PT ou de partidos aliados se manifestou para defender o partido ou Lula.

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