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O delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, José Carlos Araújo, condenou a atitude do servidor flagrado pela Polícia Rodoviária Federal transportando eletrônicos provenientes do Paraguai na madrugada de domingo. O fiscal, que não teve a identidade revelada, deve responder por crime de peculato (furto ou apropriação e bens e valores públicos praticados por funcionário público), podendo ser exonerado da função.

"Somente um desvio de caráter justifica atitude como esta", disse ao observar que os fiscais têm um salário "bastante satisfatório" – cerca de R$ 5 mil iniciais –, o que não explicaria a conduta condenável.

De acordo com Araújo, o técnico – com mais de 10 anos de carreira – já vinha sendo investigado pela suspeita de desvio de mercadorias. Após notarem o comportamento estranho do servidor, que cumpria o plantão na aduana da Ponte da Amizade, entre o Brasil e o Paraguai, funcionários da própria RF acionaram a Polícia Rodoviária Federal.

Os agentes interceptaram o veículo do funcionário público ainda na zona primária e, na presença de outros fiscais, identificaram no porta-malas uma sacola com cerca de 30 tocadores de MP3. Na manhã de domingo, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do acusado, onde foram encontradas pequenas peças de informática.

Até ontem à tarde, o fiscal permanecia preso no 14.º Batalhão de Polícia Militar à espera da decisão judicial sobre o pedido de soltura mediante fiança. O crime de peculato prevê pena de quatro a 12 anos de prisão. Paralelo ao processo criminal, a Corregedoria da RF irá instaurar processo administrativo para investigar o caso. O prazo para conclusão é de 60 dias, prorrogáveis pelo mesmo tempo. (FW)

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