Um servidor comissionado da prefeitura de Ortigueira, nos Campos Gerais, foi preso no último domingo (19) suspeito de torturar um adolescente de 13 anos que teria danificado carros municipais. Três dias depois, a prefeitura publicou, em Diário Oficial, a exoneração de seis funcionários comissionados que estavam cedidos à delegacia de Polícia Civil.

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O adolescente foi agredido no sábado (11), e ficou dois dias internado em observação no Pronto Atendimento de Ortigueira. O Conselho Tutelar acompanhou a situação e informa que o garoto teve lesões no rosto, nos pulsos e no peito. Ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Grossa.

O servidor preso é lotado na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Ele foi pego com mandado de prisão temporária, que é válida por 30 dias, podendo ser prorrogada. Ele é suspeito pela tortura praticada contra um adolescente de 13 anos.

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O garoto teria sido surpreendido no pátio da prefeitura no último dia 11, onde ficam estacionados carros da frota municipal, que estariam sendo danificados. O servidor preso teria ficado de prontidão no pátio para flagrar os danos, porém, não há confirmação de que o adolescente agredido esteja envolvido no caso.

O inquérito corre em segredo de Justiça por envolver adolescente, mas o delegado titular de Ortigueira, Rafael Souza Pinto, diz que a vítima ficou internada por quatro dias e que ainda está sem ir para a escola e sem disposição para sair de casa. Sem receber aviso prévio, o delegado conta que foi surpreendido pela exoneração dos funcionários cedidos pela prefeitura. "Gostaria de saber o motivo", diz o delegado.

O secretário municipal de Governo, Francisco Carneiro Junior, não fala em represália e alega que as demissões se deram por corte de despesas pela proximidade do pagamento do 13º salário dos servidores. Dos oito funcionários cedidos, dois eram vigias e foram realocados para a prefeitura e seis foram mandados embora, dos quais quatro eram policiais aposentados.

O delegado, que não chegou a falar em represália, disse que vai manter o inquérito e apurar se há mais funcionários municipais envolvidos no crime de tortura. O advogado que defende o servidor preso não retornou às ligações feitas pela reportagem.

Com o fim da parceria, a delegacia voltou a contar com apenas seis funcionários para atender a população e investigar crimes, sendo o delegado, quatro investigadores e um escrivão.

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