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A Delegacia de Homicídios de Curitiba está investigando o seqüestro e a execução de Takero Mauro Koarata, 44 anos, que era funcionário do Juizado Especial Federal. O agente de segurança da 1.ª Vara foi encontrado com um tiro na nuca ontem à tarde, por volta das 15 horas, num matagal perto da Represa Passaúna, em Campo Largo, na região metropolitana. Junto com o corpo estava uma pochete, com documentos e cartões de crédito.

A polícia trabalha com a hipótese de o crime por encomenda, embora, segundo colegas de trabalho, ele fosse uma pessoa pacata e sem inimigos. De acordo com o delegado Fauze Salmen, que comandou as operações ontem, a principal suspeita é de que o servidor público tenha sido executado a mando de alguém.

O seqüestro foi presenciado por uma testemunha, que afirma ter visto três rapazes chegando ao local em um Palio cinza. Mauro foi abordado na manhã de anteontem, em frente à casa de seus pais, no bairro Santa Felicidade. Ele foi colocado no banco de trás do veículo conduzido por um dos homens. Outro integrante do grupo assumiu a direção do carro de Mauro, um Golf Prata. O veículo da vítima foi encontrado 45 minutos depois, ainda no mesmo bairro.

Segundo Tomiko Koarata, 70 anos, mãe de Mauro, os ladrões o levaram após ele tê-la deixado em casa, na volta de uma consulta médica. "Ele era um filho muito bom", contou. Ela lembrou ainda que chegou a entregar ao filho o ovo de páscoa da sua neta, que tem 9 anos, antes de ele ser rendido pelos assaltantes, que estavam com um revólver. "Ele ficou de voltar no outro dia e me levar para fazer exame de sangue. Não sei porque fizeram isso com ele", afirmou, emocionada.

No teto do automóvel estava escrito, com batom, o código 1533, que identifica a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), nascida nos presídios de São Paulo. O carro foi encontrado sem a parte da frente do som, mas a polícia acredita que a inscrição e o sumiço do aparelho de CD foram só uma tentativa de desviar o foco das investigações. Para o delegado Salmen, se o PCC estivesse envolvido no crime, Mauro teria sido morto em frente à residência dos pais. Ele também descarta a possibilidade de latrocínio. "Se fosse só para levar o aparelho de CD, não haveria necessidade de assassinato", explicou. A polícia deve ouvir hoje duas testemunhas que viram a vítima ser abordada para obter mais informações sobre o veículo dos suspeitos.

Mauro trabalhava havia 20 anos na Justiça e sua função era zelar pela segurança dos magistrados. Ele também cuidava do transporte dos juízes. Casado, o servidor deixa uma filha de 9 anos. Ele era formado em administração de empresas e desde o início do ano cursava Direito. O corpo foi velado ontem numa capela do Cemitério Municipal. Ele será enterrado na cidade de Congoinhas, próximo a Londrina. A família não informou a data do sepultamento.

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