Os servidores da Justiça do Paraná pretendem suspender as atividades em todo estado na terça-feira (4). A paralisação deve começar às 8h30 e está prevista para durar 24 horas. Os trabalhadores querem o pagamento do índice de 11,98%, referente a uma diferença salarial na mudança da moeda em 1994, para a URV (Unidade Real de Valor).
Os servidores da Justiça são formados por trabalhadores dos Fóruns, cartórios, Varas Especiais e os oficiais de justiça. De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus-PR), José Roberto Pereira, não é possível avaliar o impacto que a paralisação vai acarretar para a população. "O andamento dos processos com certeza será afetado. A Justiça já é lenta e vai atrasar ainda mais", afirma. A categoria promete se reunir enfrente ao Tribunal de Justiça do estado (TJ), a partir das 7h30, para protestar. Em reunião realizada entre os dirigentes sindicais e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Vidal Coelho, na semana passada, teria havido um retrocesso nas negociações da URV, segundo o Sindijus.
O presidente do TJ não teria assinado o parecer onde reconhece o direito dos servidores de receber o valor e ainda colocou em dúvida o índice. "Juízes, desembargadores e servidores de outras esferas públicas já receberam o índice da URV. Somente os trabalhadores do Poder Judiciário ainda não foram contemplados" afirma Pereira.
O coordenador-geral do Sindijus disse ainda que os servidores reivindicam melhorias de infra-estrutura e aumento do quadro de funcionários. Segundo o sindicato, a Justiça do Paraná conta com cerca de 3,5 mil servidores na ativa e 70% deles estariam em Curitiba. "Seriam necessários mais 1.500 servidores para suprir a deficiência", afirma.
Na sexta-feira (31), cerca de 150 servidores realizaram uma manifestação que durou cerca de uma hora, na porta do TJ. O protesto foi pacífico e os servidores distribuíram panfletos e adesivos.
O Tribunal de Justiça do Paraná divulgou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não havia nenhuma informação sobre os reflexos da paralisação dos servidores.
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