Cerca de 50 servidores públicos do Poder Judiciário do Paraná voltaram à frente do prédio do Tribunal de Justiça (TJ), na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico, em Curitiba, às 11h desta terça-feira (30), para dar continuidade ao protesto iniciado na segunda-feira (29). A categoria pede à presidência do TJ o reajuste e a reposição de um índice de 11,98%, referente a perdas que os funcionários teriam sofrido desde 1994. O porcentual seria resultado de um prejuízo ocorrido quando o cruzeiro real foi convertido para real, por meio da provisória Unidade Real de Valor (URV).
De acordo com José Roberto Pereira, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Paraná (Sindijus-PR), houve avanço nas negociações nesta terça-feira. "Ficamos sabendo que o presidente do TJ consultou a diretoria jurídica do Tribunal de Contas (TC), que deu parecer favorável à nossa reivindicação", diz. Apesar disso, os manifestantes têm de aguardar até a quinta-feira (2) para ter certeza da aprovação da reposição pelo TC, já que a implantação da medida depende da votação em plenária por todos os conselheiros.
Com a expectativa de reajuste mais próxima de se concretizar, Pereira conta que o Sindijus pode suspender as manifestações, que estavam previstas para acontecer durante toda a semana. "Vamos conversar com o pessoal para ver se continuamos os protestos amanhã (quarta) ou não". Com ou sem manifestações, os trabalhadores já têm um indicativo de greve por tempo indeterminado aprovado pela categoria na sexta-feira (26), que será votado na próxima sexta-feira (3), em assembléia.
Pereira reclama que todos os servidores públicos sofreram perdas com o URV, mas que trabalhadores como os do Ministério Público do Paraná, Tribunal de Contas do Estado e Assembléia Legislativa já teriam recebido o reajuste e a reposição. "No Judiciário, os magistrados receberam esse índice, mas os servidores não", afirma. Segundo o sindicato, desde 2007, a presidência do TJ reconhece o direito dos trabalhadores, mas não aplica o reajuste.
O Sindijus informa que, mesmo que os protestos desta semana sejam mantidos, não há prejuízos para os serviços do Judiciário, já que o período em que a concentração de servidores acontece (das 11h às 13h) é o horário de almoço dos trabalhadores.
Procurada pela reportagem, a presidência do TJ, por meio da assessoria de imprensa, disse que não vai se manifestar sobre as negociações por enquanto.