Os servidores da saúde de Curitiba, que estão em greve desde o dia 5 deste mês, realizaram uma nova manifestação na tarde deste sábado em frente à casa do prefeito Luciano Ducci (PSB). Cerca de 20 pessoas participaram de um ato simbólico, chamado de Natal sem Luz com Ducci, onde simularam uma ceia de Natal com panetones e velas pretas acesas.

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Na semana passada, os manifestantes já haviam realizado uma ação semelhante pela manhã no bairro Batel, onde fica a casa de Ducci. A manifestação foi batizada de "Café com Ducci". O propósito da manifestação é fazer com que o prefeito atenda os servidores para uma negociação. "Pessoas do alto escalão da prefeitura prometeram que se não houvesse barulho nestas manifestações poderia haver uma mesa de negociações até esta sexta-feira. Mas não houve e infelizmente nosso único caminho é continuar a greve", explica Irene Rodrigues dos Santos, diretora de assuntos jurídicos do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc).

Além disso, os servidores permanecem acampados em frente à prefeitura, mesmo com uma ordem judicial determinando a desocupação. Pelo menos dez servidores vão passar a noite no local e devem fazer uma ceia no acampamento. Os manifestantes afirmam que vão continuar acampados até que seja realizada uma rodada de negociação.

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Os funcionários municipais da saúde reivindicam a inclusão de uma parcela dos trabalhadores em um projeto de lei que reduz a jornada de trabalho e estão em greve desde o início de dezembro. Cerca de 300 servidores aderiram à paralisação. A maioria trabalha no Laboratório Municipal. Outros estão envolvidos com atividades de programas, como os voltados para a terceira idade.

Desocupação

A Justiça determinou que servidores da saúde que estão acampados nas áreas no entorno da Prefeitura de Curitiba, Secretaria Municipal da Saúde, Secretaria Municipal de Recursos Humanos e residência do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), desocupem as áreas. A prefeitura de Curitiba comunicou a decisão liminar obtida na sexta-feira (23).

Segundo a prefeitura, a juíza de direito substituta Carolina Delduque Sennes Basso, do Plantão Judiciário do Foro Central, mantém o município na posse das áreas e também determina que os manifestantes desmontem qualquer construção ou estrutura que tenham instalado nos locais. A manifestação dos servidores estaria obstruindo os locais com "barracas, colchões, tendas e outros objetos, além de promover manifestações intensas e ruidosas, bem como estacionar caminhão de som em locais proibidos", de acordo com o comunicado da prefeitura.

Para o caso de nova perturbação, foi fixada pela Justiça multa diária de R$ 10 mil. Na liminar consta que "as manifestações promovidas pelo Sindicato, em uma análise preliminar, vêm prejudicando o acesso dos cidadãos às dependências da Prefeitura Municipal, vêm impedindo a livre circulação dos veículos nas regiões centrais da cidade e, ainda, vêm causando incômodo aos cidadãos que residem em locais próximos àqueles nos quais as manifestações são feitas".

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Os manifestantes afirmam que não desocuparam os espaços porque não foram citados no processo.

Imbróglio

A maioria dos funcionários públicos da saúde (enfermeiros, técnicos em enfermagem, técnicos em higiene dental, auxiliares de consultório dentário e auxiliares) foi incluída no projeto de lei que altera a carga horária semanal da categoria. O protesto dos demais, que formam grupo de quase 1,2 mil pessoas, é para que todos os servidores sejam incluídos. Compõem o grupo de funcionários sem o benefício os nutricionistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, bioquímicos, psicólogos, técnicos de laboratório e técnicos de saneamento.

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