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Sem acordo

Servidores mantêm greve na Sanepar

A greve dos funcionários da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi mantida ontem na maioria dos municípios do estado. A paralisação deve continuar pelo menos até a próxima segunda-feira. A maior parte dos trabalhadores consultados em assembléias ontem foi contra a proposta de reajuste salarial apresentada pela Sanepar na última quinta-feira. "O movimento grevista continua e aguardamos uma nova proposta da empresa", afirma o coordenador da União dos Sindicatos de Trabalhadores da Sanepar (USTS), Gerti José Nunes. A categoria se reúne amanhã para avaliar o movimento.

As reuniões de funcionários aconteceram durante todo o dia de ontem. Em Londrina e União da Vitória, as assembléias foram marcadas para segunda-feira. Até as 19 horas de ontem, 2.365 dos 6.098 funcionários da Sanepar haviam opinado sobre o assunto – 1.497 foram contra a proposta de reajuste, 857 a favor e 11 votaram em branco, nulo ou se abstiveram. "O valor de 38,7% de presença nas assembléias é positivo. O que vale é a assembléia", avalia Nunes. Ele adianta que a rejeição à proposta é certa. "Pode até diminuir a diferença, mas é impossível reverter o quadro", avalia.

Em Campo Mourão, Ponta Grossa, Irati e Telêmaco Borba, a maioria dos manifestantes aceitou a oferta da empresa e não continuará com o movimento na próxima semana. Em Matinhos e Foz do Iguaçu, a diferença foi de apenas dois votos de vantagem contra a proposta. Em Curitiba, foram 498 contra e 392 a favor – vantagem semelhante à verificada em Cascavel.

Mesmo com os resultados negativos, a direção da Sanepar informa que não apresentará outra proposta. Será mantido o acordo de reajuste salarial escalonado, variando entre 3,77% e 11,56%. A diretoria acredita no fim da greve na próxima segunda-feira. "Ainda não recebemos nenhuma resposta oficial deles. Espero que revejam a posição até segunda-feira. É o mais sensato", afirma o diretor comercial da empresa, Natálio Stica.

Caso os trabalhadores mantenham a greve, a Sanepar deve entrar com uma ação judicial de dissídio coletivo. Nesse caso, caberá à Justiça decidir qual a melhor alternativa para o impasse. "Indo para dissídio não existe mais a contraproposta da empresa, com todas as vantagens aos trabalhadores podendo ser perdidas", diz Stica. "Vamos ter de aguardar o resultado", afirma Nunes.

Stica garante que a coleta de esgoto e o abastecimento e tratamento de água serão mantidos enquanto a greve durar. "As pessoas não vão ficar sem água", afirma o diretor. Ele lembra que, pela Lei de Greve, os sindicatos devem manter um número mínimo de funcionários trabalhando para garantir serviços essenciais. "Estamos cumprindo a lei nos serviços essenciais e deixamos o mínimo de funcionários nos outros", explica Nunes.

Segundo Stica, o serviço de leitura de hidrômetros é um dos mais prejudicados. Caso o gasto de água de alguma residência não tenha sido levantado, o cálculo da próxima conta será feito a partir da média das últimas cinco, o que virá explicado na fatura. O diretor ainda informa que, se o trabalho não voltar à normalidade na próxima semana, uma empresa terceirizada deverá ser contratada para entregar as contas de água do mês. Além disso, também foram afetados o atendimento ao público e a fiscalização de obras.

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