Prefeitura questiona reivindicações
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que o decreto 1.385 não revogou o reajuste salarial previsto em lei, apenas o adiou. "O decreto garante o pagamento no mês de março, de forma retroativa a partir de janeiro, inclusive com correção monetária", diz o comunicado.
Em relação à reivindicação de pagamento de todas as horas extras trabalhadas ao longo de 2014, a SMS salienta que o pagamento será realizado no fim de janeiro e que o recebimento já pode ser verificado nos contracheques online dos trabalhadores. A nota também informa que edital de processo seletivo para serviços de urgência e emergência da saúde já foi lançado e há perspectiva de novo concurso público para reforço do quadro de servidores ainda no primeiro semestre de 2015.
Caso a greve se concretize, a prefeitura informou que garantirá manutenção de 100% do atendimento de urgência e emergência das Upas e do Samu e 30% de assistência à população nas unidades básicas de saúde (com prioridade para casos agudos e reagendamento de consultas eletivas).
Uma nova greve deve trazer mais transtornos para Curitiba na próxima segunda-feira (2). Desta vez, quem paralisa as atividades são os servidores públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que representa a categoria, confirma o fechamento das unidades básicas de saúde e apenas a manutenção do atendimento de urgência e emergência nas Unidades de Pronto Atendimento (Upas).
De acordo com Ana Paula Cozzolino, coordenadora do Sismuc, a paralisação é motivada pelo descaso da administração municipal para com os servidores da saúde. "A greve é motivada pelo decreto 1.385, de 22 de dezembro de 2014. Esse decreto postergou para abril uma série de avanços salariais que haviam sido negociados ainda em 2013 e não foram honrados. Nós entendemos essa medida como um calote da gestão. Os servidores da saúde já trabalham com falta de equipamentos, medicamentos e equipe."
Equipes reduzidas e insuficientes para atender a demanda da população configura uma das queixas mais antigas da categoria. Segundo o Sismuc, a defasagem chega a 70%. "Nas Upas, equipes que deveriam ter 32 auxiliares de enfermagem possuem apenas oito profissionais. Muitos servidores são agredidos por usuários impacientes com a demora ou a falta de atendimento. Mas não há perspectiva de novos concursos públicos para a Saúde", conta Ana Paula.
O sindicato informou, ainda, que a greve abrange todos os servidores da saúde, independentemente do local de trabalho, o que inclui Upas, Unidades Básicas, Samu, Núcleos de Apoio à Saúde da Família, entre outros. A única garantia é de que os serviços de urgência e emergência não serão prejudicados, conforme recomendação do Ministério Público. O Sismuc alerta, também, para a possibilidade de que a greve estenda-se para outras categorias de servidores municipais, uma vez que o decreto 1.385 suspendeu avanços salariais previstos para todos os servidores.
A primeira chamada de greve era para o dia 19 de janeiro, mas a paralisação foi adiada diante da possibilidade de negociação em uma reunião realizada na segunda-feira (26). Uma nova reunião agendada para a tarde dessa quinta-feira (29), às 15 horas, entre representantes dos trabalhadores e da Prefeitura de Curitiba, pode redefinir os rumos e evitar a paralisação. "Aguardamos por propostas", diz Ana Paula. A prefeitura não confirmou a reunião.
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