Um ato público na manhã desta quarta-feira reúne cerca de 100 servidores públicos municipais de Curitiba. Eles se posicionaram em frente ao prédio da Reitoria, no Centro de Curitiba e depois seguiram em passeata até a sede da Prefeitura. Os servidores pedem reajuste de 18,87% nos salários, vale-transporte e alimentação.

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De acordo com a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), todo os anos a prefeitura reajusta os salários, mas desde 1999 os índices ficaram abaixo da inflação, acumulando uma defasagem de 18,87%. "Em abril o reajuste será de 6% e desta vez ficou 1,37% acima da inflação de 2005, mas ainda temos que receber a reposição das perdas desde 1999", diz.

Em relação ao vale-transporte, a diretora do sindicato conta que apenas os servidores que ganham menos de R$ 800 recebem o benefício. "Queremos que prevaleça a lei federal que estabelece que todos os servidores têm direito ao vale", explica.

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Na questão do vale-alimentação, o impasse não é em relação ao preço, mas sim na qualidade e na transferência do dinheiro para o servidor. "Hoje a prefeitura terceiriza o serviço de alimentação. A comida é de péssima qualidade e em alguns lugares é entregue muito cedo e em outros, muito tarde - desagradando o servidor", sintetiza Irene. "A nossa proposta é que a prefeitura passe o mesmo dinheiro gasto com alimentação para os servidores, que ficaria algo em torno de R$ 7 por servidor", completa.

Caso as negociações entre servidores e prefeitura não avancem, no dia 12 de abril haverá uma assembléia onde os trabalhadores poderão - se descontentes com a situação - deflagrar a greve.

Prefeitura

O secretário de Recursos Humanos da Prefeitura de Curitiba, Arnaldo Bertone, rebateu a reivindicação de reajustes salariais argumentando que a atual administração - do prefeito Beto Richa - concedeu aumentos reais além da inflação e que a prefeitura não pode resolver problemas de gestões anteriores - se referindo à perdas desde 1999.

"No ano passado reajustamos de forma integral os salários dos 30 mil servidores em 6% - acima do índice de inflação do período. Agora em abril daremos um novo aumento de 6%, novamente acima da inflação, ou seja, estamos dando além do necessário", explicou o secretário.

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"O sindicato (Sismuc) já entrou na Justiça para reaver estas perdas, desta maneira não podemos nos antecipar a uma decisão judicial", completou.

Em relação ao vale transporte, Bertone afirmou que atualmente é inviável financeiramente a liberação dos vales para todos os 27 mil servidores ativos, mas que a prefeitura está estudando uma proposta para apresentar aos servidores.

Na questão da alimentação, Bertone adiantou que o assunto será discutido por uma comissão composta por vereadores e representantes do sindicato e da prefeitura. "Hoje gastamos cerca de R$ 240 mil com alimentação. Ou eu divido esse valor para os 27 mil servidores, ou ofereço um vale de R$ 5 para cada um - o que seria inviável financeiramente", rebate.

O secretário finalizou dizendo que a prefeitura não trabalha com a hipótese de greve por parte dos servidores. "Chegamos (prefeitura) onde podemos. Não estamos jogando. A responsabilidade pela greve é deles (servidores), mas os serviços emergencias nós não deixaremos que sejam interrompidos", concluiu avaliando uma possível paralisação da categoria.

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