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Servidores públicos do Rio Grande do Sul iniciam nova greve geral

Com novo parcelamento de salários, segundo os sindicatos dos servidores, funcionários públicos estaduais do Rio Grande do sul iniciaram nesta segunda (31) nova greve geral.

Sem dinheiro em caixa devido a uma crise financeira, o governo José Ivo Sartori (PMDB) não deve ter recursos para pagar os salários dos servidores. O peemedebista havia adotado o parcelamento dos salários em julho.

De acordo com os sindicatos, o governo gaúcho pagou nesta segunda (31) apenas R$ 600 para os funcionários público estaduais. O valor, inferior ao salário mínimo de R$ 788 - e ao salário mínimo regional, que no Estado é de R$ 1.006,88 -, é referente à primeira das parcelas do salário. Sartori só deve falar sobre o assunto na manhã desta segunda.

A nova greve, prevista até quinta (3), é a segunda em menos de 15 dias. Na semana retrasada, os servidores cruzaram os braços por três dias.

A paralisação deve afetar todos os serviços do estado. A Polícia Civil paralisou seu trabalho desde a meia-noite desta segunda. Apenas casos graves - como homicídio e crimes envolvendo crianças e mulheres - serão atendidos. O Ugeirm (sindicato da categoria) orienta para que carros não sejam tirados das garagens e não sejam cumpridos mandados de prisão e operações policiais.

A Brigada Militar (a PM gaúcha) é proibida de fazer greve, mas promete “aquartelamento” a partir de terça-feira (1º), o que vai reduzir o policiamento nas ruas. Segundo Leonel Lucas, presidente da Abamf (uma das entidades dos policias), o valor que será depositado na conta dos militares não garante sequer a verba para se deslocar adequadamente ao trabalho.

O Cepers (sindicato dos professores) também anunciou greve a partir desta segunda (31). O RS tem cerca de 3 mil escolas. Na greve de três dias, de 19 a 21 de agosto, a adesão foi de 95% das escolas.

Os serviço estaduais de saúde irão aderir à greve e apenas atenderão emergências.

Crise

Em julho, Sartori parcelou o salário dos servidores. Uma decisão do STF determinou que o Estado pagasse os salários em dia. Segundo o presidente do órgão, o ministro Ricardo Lewandowski, o RS poderia sofrer uma intervenção judicial caso não cumprisse a ordem. O governo gaúcho tentou um recurso, sem sucesso.

Ao pagar o restante dos salários, atrasou mais uma vez o pagamento da dívida com a União e teve suas contas bloqueadas e os valores sequestrados até alcançar o valor da dívida. O bloqueio gerou um efeito cascata: fornecedores não foram pagos, verbas não foram repassadas e o tempo de arrecadação diminuiu, gerando mais um parcelamento de salários.

Na semana passada, Sartori anunciou o ingresso de uma ação no STF que tenta evitar novo bloqueio de contas em caso de mais um calote na dívida federal.

O governo também anunciou que prepara um estudo para rever o contrato da dívida.

Um pacote de aumento do ICMS foi enviado à assembleia. A maioria dos deputados, assim como a classe empresarial, é contrária ao projeto. Caso seja aprovado, cerca de R$ 2 bilhões devem ser arrecadados em 2016, cerca de um terço do deficit estimado para o próximo ano.

Além de não ter dinheiro para pagar servidores e fornecedores, o governo Sartori enfrenta ainda o caso mais grave de endividamento entre os estados brasileiros.

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