Os servidores estaduais, que fazem uso do Sistema de Assistência a Saúde (SAS) oferecido pelo Governo do Paraná, estão encontrando dificuldades no agendamento de consultas, cirurgias e exames clínicos realizados no Hospital da Polícia Militar de Curitiba. O plano atende cerca de 118 mil funcionários do estado, e desde 2011 ele está conveniado com o hospital da capital.
O aposentado Ari Carlos Ribeiro, 77 anos, tem sentido os efeitos dos problemas encontrados no serviço. "Faz dois meses que estou tentando marcar uma consulta com o urologista. Mas o telefone para marcação não está funcionando, e tenho que ir ao hospital para marcar pessoalmente. Só que teve vezes que não consegui encontrá-lo disponível", conta o ex-servidor da educação. "Eles me dizem que o centro cirúrgico está fechado, que está faltando um equipamento. Chegaram a me falar até que o governo não está pagando em dia as contas do hospital", completa.
Na última terça-feira (16), depoimentos de funcionários do governo, que vivem em Curitiba, sobre os empecilhos encontrados para a marcação de exames clínicos, como um exame de sangue, foram apresentados pelo telejornal ParanáTV, da RPCTV.
Segundo Heitor Rubens Raimundo, coordenador do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), não é de hoje que o funcionamento do SAS não corresponde com as necessidades da população. "Desde que foi implantado ele tem dificuldades por equívocos na execução. Afinal, ele funciona por número de pessoas atendidas, e não por execução de serviços. A lógica dele faz com que, quanto menos gente atendida, maior o lucro de quem paga o funcionamento".
Raimundo, que também é diretor do Sindicato Estadual dos Servidores Públicos da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindiseab) afirma que muitas reclamações foram feitas sobre os serviços, e que já foram apresentadas diversas opções aos responsáveis pelo plano de saúde. Porém, ele lamenta que nunca tenham sido colocadas em prática.
"Já dissemos para ampliar os serviços, para descentralizar a rede, para criar uma gestão democrática e paritária. Mas nada adiantou. Estamos discutindo que é melhor acabar de vez com o SAS. Esse dinheiro poderia ser investido em outras coisas, como um auxílio-saúde para os servidores", completa.
De acordo com a assessoria da Polícia Militar, os investimentos necessários estão sendo feitos para minimizar as falhas no serviço do hospital da instituição. Algumas das pendências financeiras do SAS já estão sendo liquidadas, o que irá contribuir para melhorar o atendimento. A entidade também afirma que o ajuste gradual está sendo realizado, mas que ainda não há um prazo definitivo para conclsão dos ajustes.
A reportagem procurou a Secretaria da Administração e Previdência do Estado (SEAP), responsável pelo sistema, mas não encontrou um responsável disponível para se pronunciar.