Ponta Grossa – De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a situação de falta de leitos de UTI é mais preocupante em Londrina. Um relatório interno do Hospital Universitário (HU) da cidade foi revelado à imprensa em junho e apontou que 25 pessoas supostamente recuperáveis morreram aguardando uma vaga. Desde então, numa frente a secretaria iniciou uma auditoria para confirmar se as mortes foram causadas pela falta de atendimento intensivo. Em outro grupo de trabalho, uma equipe formada por promotores e lideranças públicas tenta identificar maneiras de suprir a carência de UTIs na cidade.

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A Sesa afirma que já dispõe de dados suficientes que indicam que o número de 25 pacientes mortos na fila não é verdadeiro. Segundo informações preliminares, 15 internações em UTI foram solicitadas pelos médicos, só que apenas cinco desses pedidos foram encaminhados à Central de Leitos. Mais de 300 prontuários médicos estão sendo analisados pelos auditores, que devem emitir parecer até o final do mês.

Já uma comissão instituída especialmente para apurar o caso fez um levantamento nos hospitais da cidade e apontou que o déficit de leitos de UTI oscila entre 20% e 25%. A base da análise é a relação entre solicitações e vagas disponíveis.

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O promotor de Saúde Pública de Londrina, Paulo Tavares, integra o grupo e apura a causa das mortes. Ele aguarda a conclusão da auditoria da Sesa para avaliar se houve negligência. O promotor alega que não resta dúvida de que a quantidade de leitos é insuficiente para a demanda.

Além de investir em municípios da região para tentar minimizar a pressão sobre o pólo de Londrina, o estado busca soluções para suprir as carências locais. Na semana passada, diretores da Secretaria e do HU estiveram reunidos para discutir o assunto. Num primeiro momento, o caminho seria equipar melhor o setor de pronto-atendimento. Além dos respiradores artificiais de que o hospital já dispõe, novos aparelhos devem ser adquiridos. A devolução de equipamentos emprestados para o Paraguai também pode melhorar o atendimento.

Para solucionar o problema, porém, a única opção é a ampliação da rede intensiva. Uma área de enfermaria do HU pode ser reformada e transformada em UTI para adultos. A maior dificuldade, porém, deve ser a implantação de uma UTI neonatal, que dependeria de construções e compras de equipamentos.