Mais uma vez, o aperto financeiro pelo governo do Paraná trouxe reflexos às forças de segurança pública. As mais de 450 delegacias da Polícia Civil ainda não receberam, neste ano, nenhuma parcela do fundo rotativo – recurso destinado à compra de itens básicos, como material de escritório e higiene e, em alguns casos, comida para presos. Nem mesmo os estagiários dos distritos de Curitiba e região metropolitana conseguiram escapar do arroxo: estão sem receber o vale-transporte.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que os pagamentos serão feitos na próxima semana. Não houve confirmação quanto ao número de estagiários que estão sem vale e nem de quanto é o montante referente ao fundo rotativo atrasado.
Principalmente no interior, as delegacias já operaram na base do improviso e “na pendura”. Dois delegados consultados pela reportagem – um do Norte Pioneiro e outro da região Noroeste – revelaram que a falta de recursos já ameaça comprometer o trabalho nos distritos. “Eu tirei R$ 100 do bolso para comprar papel, senão não teria sequer como imprimir boletim de ocorrência. Os comerciantes não querem vender. Estão todos ‘loucos’ com o estado”, disse.
Em Curitiba e região metropolitana, a situação só não é pior porque a Sesp mantém uma empresa terceirizada que fornece materiais de limpeza e faz este serviço às delegacias. Entretanto, delegados revelam que, com o pagamento atrasado, os reflexos da crise também se fazem sentir na capital.
“Essa empresa não está recebendo. Então, ela não cortou as serventes. Continua mandando a equipe, mas os produtos de limpeza não estão vindo. Eu estou remanejando dinheiro pra comprar esses itens, senão é capaz de faltar papel higiênico”, revelou um delegado, que pediu para não ser identificado.
Os estagiários das delegacias de Curitiba e região metropolitana estão, ao menos, desde o início deste mês sem receber o vale-transporte. Consultado pela reportagem, um deles disse que se surpreendeu quando, ao entrar em contato com o Departamento da Polícia Civil, foi informado de que não havia previsão para que o pagamento fosse efetuado. Alguns só não deixaram de comparecer ao estágio porque os colegas se uniram para driblar a falta do repasse.
“Os próprios policiais e delegados estão fazendo vaquinha pra que os estagiários possam vir trabalhar. Tenho um colega que trabalha em outra delegacia que está indo à pé, porque não tem vale”, disse o rapaz, que estagia em uma delegacia de Curitiba. “Eu só não perdi a vaga porque um policial que mora perto da minha casa está me dando carona”, apontou outro estagiário, que atua em Colombo, na região metropolitana.
Um delegado da capital disse que gastou mais de R$ 100 para carregar os cartões de transporte dos estagiários de sua unidade. “A gente já tem pouco pessoal. Então os estagiários são uma ‘mão na roda’. Não dá pra ficar sem eles”, disse.
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