Antonina, no litoral do estado: perigo de novos desmoronamentos no perímetro urbano, assim como ocorreu no início de março| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Doações

Demanda é específica agora

Doações de roupas e água para o litoral já não são mais necessárias. A informação é da diretora social do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), Carlise Kwiatkowski. "A população deu uma resposta muito rápida, o que supriu esta necessidade." Ainda há demanda, porém, por alimentos não perecíveis, material de limpeza e higiene, fraldas e botas de borracha, já que, segundo Carlise, a fase agora é de atendimento social, e não mais emergencial. "Muitas famílias atingidas na zona rural, por exemplo, tiveram a fonte de renda comprometida. Por isso, continuarão a serem assistidas por até um ano." Doação de colchões, geladeiras e fogões em bom estado é outro pedido feito pela Provopar, já que algumas famílias estão voltando para casa.

Serviço: Em Curitiba, as doações devem ser levadas até o barracão do Provopar, localizado na Rua Sergipe, nº 1.712. Informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3234-1118.

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Sete áreas em Antonina e em Morretes, no litoral do estado, têm risco de novos desabamentos, de acordo com análises feitas na última semana pelo Serviço Geológico do Paraná (Mineropar). O balanço, no entanto, é preliminar e estudos completos devem ser concluídos em cerca de quatro meses. Segundo o diretor-técnico da Mineropar, Rogério da Silva Felipe, Antonina é o local de alerta mais grave, já que os deslizamentos podem ocorrer no perímetro urbano. No total, 246 pessoas continuam em abrigos em Antonina e 45 em Mor­­­retes, de acordo com as defesas civis municipais.

Em Antonina, os bairros Qui­lômetro 4, Graciosa de Cima, parte do bairro Caixa D’Água e a região conhecida por Maria Furuncho podem ter novos deslizamentos dependendo do volume de chuvas nos próximos dias. Em Morretes, o risco está nas comunidades rurais Pindaúva, Morro Alto e em um bairro na entrada da cidade, o Barro Bran­­co. Todos foram desocupados pela defesa civil.

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O diretor-técnico salienta que, por enquanto, a Mineropar manterá a equipe de cinco geólogos na região para realizar um monitoramento diário. "En­­­­quanto o tempo não melhorar, não será possível [a Mine­­­ropar] se afastar da região", afirma. Felipe explica que o fato de as chuvas persistirem no litoral deixam o solo bastante úmido, o que favorece uma reativação, ou seja, novos desmoronamentos.

Ocupação

O bairro Laranjeira, onde aconteceu o desmoronamento mais grave em Antonina, nunca mais poderá ser ocupado, segundo os primeiros estudos da Mineropar. Outras localidades do município, como o Quilômetro 4, sugere a Mineropar, também deveriam ser desocupadas permanentemente.

Segundo Felipe, somente um trabalho intenso para contenção de encostas, com construção de muro de arrimo (solução comum para segurar barrancos), possibilitaria a permanência dos moradores. "Isso tem um custo muito alto. Compensa construir moradias em um local seguro", defende.

A Mineropar também pretende detectar regiões que não sofreram deslizamentos, mas que estão em áreas consideradas arriscadas. "Isso indicará ao poder público lugares que jamais podem ser habitados", diz o diretor-técnico.

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Audiência pública

Hoje, o Ministério Público do Paraná promove uma audiência pública em Morretes para tratar de questões como ocupação em áreas rurais e soluções para problemas emergenciais na região, como os prejuízos causados pelas chuvas. A audiência debaterá também demandas fundiárias no campo e analisará as demandas dos moradores da zona rural. A audiência começa às 15 horas, no Teatro Municipal de Morretes.