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Os eliminados

• Walfrido Mares Guia – Turismo

• José Dirceu – Casa Civil

• Antônio Palocci – Fazenda

• Silas Rondeau – Minas e Energia

• Anderson Adauto – Transportes

• Luiz Gushiken – Secom

• Benedita da Silva – Assistência e Promoção Social

São Paulo – Em situações similares à rápida queda de Walfrido Mares Guia, escândalos e crises anteriores do governo Lula já fulminaram três ministros e levaram à demissão de outros três – que até resistiram por um tempo, mas também acabaram caindo. Todos rechaçam as acusações.

O caso mais notório é o de José Dirceu (PT-SP), que se demitiu do Ministério da Casa Civil em 16 de junho de 2006, dois dias após o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor da denúncia do mensalão, cobrar na tevê a sua saída. Em tom de ameaça Jefferson, esbravejando, sugeria que o caso poderia respingar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso Dirceu não se rendesse.

Ex-presidente do PT, Dirceu havia sido o fiador das alianças que conduziram Lula ao Palácio do Planalto e era – antes de ser acusado de chefiar o mensalão – o mais poderoso nome da equipe presidencial, considerado quase "primeiro-ministro".

Afastado da Casa Civil, o petista reassumiu o mandato na Câmara, mas acabou sendo cassado, assim como o próprio Jefferson graças ao desmembramento do escândalo dos pagamentos a parlamentares da base aliada para garantir votações favoráveis ao Planalto.

Não foi apenas o homem forte da política que tombou. O então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, elogiado até pela oposição por sua rigidez no comando da economia, entregou o posto em 27 de março do ano passado. Saiu três semanas após o jornal O Estado de S.Paulo publicar um relato do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, sobre festas e partilha de dinheiro em uma mansão no Lago Sul de Brasília, com participação de Palocci e da "República de Ribeirão". Nos dias seguintes, Nildo teve o sigilo bancário violado, operação que derrubou não só Palocci como o comando da Caixa.

Outro abalo foi no Ministério de Minas e Energia. Três dias após ter sido apontado pela Polícia Federal como suspeito de ter recebido R$ 100 mil da Construtora Gautama – acusada de fraudes e desvios –, foi a vez de Silas Rondeau entregar o cargo em 22 de maio deste ano.

Na carta entregue a Lula, o apadrinhado do senador José Sarney (PMDB-PA) – aconselhado pelo próprio ex-presidente – justificou a demissão como a melhor saída para se defender das suspeitas levantadas pela Operação Navalha. Como a investigação sobre Rondeau não avançou, o PMDB cobra até hoje a sua recondução ao cargo.

Fritura

Outros três ex-ministros – Anderson Adauto (Transportes), Luiz Gushiken (Secom) e Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social) – foram alvo de denúncias e resistiram por um tempo, mas terminaram vencidos pelo desgaste político.

Benedita foi demitida em 21 de janeiro de 2004. Magoada, ela criticou a falta de respaldo de Lula e do PT fluminense. O seu prestígio, no entanto, estava abalado desde setembro de 2003 quando se hospedou no Alvear – um dos mais luxuosos hotéis de Buenos Aires, com diária de US$ 400 –, à custa da União, para um café da manhã com evangélicos. A petista alegou ter aproveitado a viagem para um encontro oficial. Relatos de inoperância do ministério, porém, selaram a sua saída.

Um mês depois, em 13 de março, veio a demissão de Adauto. Ele perdia apoio desde a denúncia de ligação com esquema de corrupção na prefeitura de Iturama (MG). Negou tudo e saiu para se candidatar a prefeito.

Gushiken entregou o posto em 13 de novembro de 2006, alvo de investigação no Tribunal de Contas da União (TCU) e isolado no Núcleo de Assuntos Estratégicos. Havia sido rebaixado da Secretaria de Comunicação do Governo em 2005, após o escândalo do mensalão e suspeitas suscitadas pela CPI dos Correios sobre irregularidades na propaganda oficial e interferência em fundos de pensão.

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