A manhã de ontem foi de casa cheia no auditório do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Cerca de mil pessoas em sua maioria educadores participaram do 5.º Seminário Adolescência e Sexualidade, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesa). Na ocasião, foram lançados quatro guias para serem usados nas escolas e nas unidades de saúde, sempre numa versão para o adolescente e outra para a família. A idéia é atingir cerca de 320 mil crianças e adolescentes curitibanos que estão na faixa dos 10 aos 19 anos.
O investimento nas cartilhas intituladas Eu adolescente e Não quebre a cabeça é alto: são 20 mil exemplares iniciais, mais um programa de capacitação para tratar do tema. O lançamento foi feito pela superintendente de gestão da Sesa, Eliane Chomatas. A contar pela adesão dos participantes, não falta interesse pelo assunto.
Conta a favor do projeto o fato de que lá se vão 15 anos de trabalho de ONGs e do poder público em programas voltados para adolescentes. A contar pelo depoimento do professor Toni Reis, criador do grupo Dignidade e parceiro dos projetos de educação, sexualidade e drogadição da Sesa, não faltaram obstáculos. Em sua fala, Toni falou da resistência das igrejas, dos professores e das famílias no trato de temas como aids e uso de drogas, e particularmente dos empecilhos encontrados para a distribuição de preservativos nas escolas. Hoje, orgulha-se uma das coordenadoras do programa, a médica Júlia Cordellini, já se pode contar com uma equipe de profissionais preparados para lidar com questões tão delicadas.
Ela fez questão, inclusive, de chamá-los à frente e cantar um animado "Parabéns a você", pela conquista.