SFPW aponta para um inverno bastante democrático

Foi-se o tempo dos modismos cravados. Na São Paulo Fashion Week, que terminou ontem, não se definiu exatamente a cor ou o shape do outono-inverno 2015. Houve, sim, apostas. Marrom, uma silhueta descolada do corpo, geometria, ombros marcados e utilitarismo. Mas se você quiser usar diferente, esteja à vontade. Um evento de moda atualmente tem de equilibrar conceito e aspirações de gente de verdade que usa roupa de verdade.

Na grade de desfiles, renomados estilistas inspirados dividem espaço com grandes marcas que agradam e vendem bem. Outro exemplo disso é que a semana de moda mais importante da América Latina abriu espaço para duas das maiores redes de moda de varejo lançarem suas coleções com estilistas internacionais – Stella McCartney para C&A e Donatella Versace (foto) para Riachuelo – em megaeventos.

No último dia de desfiles, a mistura foi mais clara. Teve o jeanswear da TNG e a moda jovem – e gelada, inspirada na Islândia – da Second Floor.

O dia teve ainda a estreia da Apartamento 03, marca mineira de linhas sofisticadas e contemporâneas. O estilista Luiz Claudio trabalhou o universo de Derzu Uzala, filme do japonês Akira Kurozawa, em cores sóbrias e muitas referências à floresta, como os galhos feitos de rolos de tecido sem acabamento e bordados com canutilhos. Entre as formas, linhas retas e volumes generosos, além de dobraduras pontuais.

A Acquastudio mergulhou no barroco mineiro e fez um inverno de ouro. Brocados, adamascados e lamês dourados apareceram ao lado de linhos e tulês para criar peças ricas e detalhadas.

A jornalista viajou a convite do evento.