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Impactos

Especialistas não acreditam em melhorias no trânsito da região

Especialistas em trânsito e urbanismo afirmaram que obras exigidas pela prefeitura podem não melhorar efetivamente o trânsito da região do Batel, mas que poderão minimizar o impacto que a inauguração do shopping trará para o local.

"A maioria dos investimentos influenciará diretamente o próprio shopping. Se de um lado, há a justificativa de benefícios para a cidade, como com a abertura da Carlos de Carvalho, de outro não há como negar que o grande beneficiário será o próprio empreendimento", afirma Carlos Hardt, diretor do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR.

Já o presidente da Comissão de Trânsito da OAB/PR, Marcelo Araújo, acredita que o prolongamento do binário Vicente Machado/ Carlos de Carvalho poderá sobrecarregar a Avenida Mário Tourinho.

Sobre o contorno no bosque, Hardt vê como impossível não cortar mais árvores, independente do traçado adotado para ligar a Rua Hermes Fontes. "Esse projeto deveria ter sido feito para o lado da obra e não para o do bosque", diz.

Para diminuir o impacto no trânsito na região do Batel, bairro central de Curitiba, o Grupo Soifer, responsável pela construção do shop­ping Pátio Batel, realizará duas obras viárias que devem mudar o tráfego e a paisagem da região. Uma delas é o prolongamento do binário da Avenida Vicente Machado com a Alameda Doutor Carlos de Carvalho. Outra é a ligação das ruas Hermes Fontes e Bruno Filgueira – obra que deverá derrubar árvores do bosque da Casa Gomm, residência centenária tombada pelo Conselho Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Cepha).

INFOGRÁFICO: Veja como deve ficar a região se a intervenção for concluída

As intervenções foram objeto de um Compromisso de Ajustamento de Conduta assinado no último dia 14 pelos empresários responsáveis pelo novo shopping, ainda sem previsão de inauguração. As obras de maior impacto devem ser realizadas em até oito meses – sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

Já a intervenção que deverá atingir uma das últimas áreas verdes do Batel está no conjunto a ser executado até o próximo mês de outubro. No traçado inicialmente acertado estava prevista a ligação direta da Rua Hermes Fontes. A ideia, porém, foi rechaçada em detrimento de um contorno a ser realizado no bosque, – a alternativa que não deverá poupar as árvores do local.

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc), a ideia é desviar o máximo possível da área verde para atingir "a menor quantidade de árvores". Quem mora ao lado do bosque questiona a obra. "É impossível contornar o bosque sem desmatar. Isso é um crime porque ele é tombado", critica Carolina Rousseau, arquiteta e urbanista. Entre as árvores que poderão ser derrubadas estão uma ameixeira-preta, um fícus e três eucaliptos. O Grupo Soifer não disse quantas árvores deverão ser derrubadas, limitando-se a informar que é apenas o executor do projeto a ser definido pela prefeitura.

Construída em 1913, os dois pavimentos e o sótão da Casa Gomm, além do seu entorno, são tombados pelo Processo 04/1988, do Cepha.

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