O superintendente do Shopping Estação, Marco Aurélio Jardim Filho, discordou ontem que os shoppings de Curitiba estejam perdendo a tranqüilidade por causa das ações de grupos de jovens da periferia. Apesar dos casos relatados pela Gazeta do Povo no último domingo, ele é enfático em afirmar que os shoppings da cidade continuam sendo locais seguros. "Os shoppings continuam sim sendo ilhas de tranqüilidade, mas a cidade não", contextualiza, lembrando que o Estação gastou R$ 2 milhões nesse ano em equipamentos de segurança.
Na reportagem de domingo, três casos referentes ao Estação e proximidades foram relatados. O primeiro caso envolveu uma briga entre dois grupos de jovens armados de paus e pedras no feriado de Finados, contada por Patricia Ranzani, funcionária de uma loja do shopping. O outro foi um arrastão em frente ao shopping, em outubro, presenciado pela secretária Fabiane Zwerchowski. E o último foi o roubo do telefone celular de dentro da bolsa da médica veterinária Camile Petruy, quando outro grupo de jovens impedia o acesso à entrada do shopping.
Segundo Jardim, o que há nos shoppings são casos isolados e mínimos, que, na visão do superintendente, não se enquadram numa situação de pânico aos usuários. "São muitos poucos casos em relação à freqüência de pessoas. Só no Estação são 900 mil pessoas por mês. Juntando os cinco maiores da cidade, não é exagero dizer que a população inteira de Curitiba passe pelos shoppings."
Questionado sobre os casos de pessoas que foram barradas ou postas para fora do shopping nos últimos dias, o superintendente responde apenas que "foram muito poucos, nem foram contados".
Mesmo salientando que o atendimento da Polícia Militar sempre foi satisfatório, Jardim considera que o problema da violência não esteja nos shoppings, mas sim em seu entorno. No caso específico do Estação, a situação se agrava pelo fato de na frente haver uma das estações-tubo mais movimentadas da cidade, além da região contar com discotecas. "No domingo, quando as discotecas fecham no fim da tarde, há encontros dos jovens na estação-tubo. Quando há turmas rivais, eles fazem ameaças, mas a PM sempre está presente", afirma.
Sobre o termo "eixo do mal", como está ficando conhecido o trecho da Avenida Sete de Setembro entre os shoppings Curitiba e Estação, Jardim não considera a nomenclatura adequada. "Não é só essa região que é problemática. A verdade é que os centros urbanos de todas as cidades estão se deteriorando", diz.
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