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Agronegócio

Show Rural desenha futuro da soja

Cascavel - O futuro da soja - carro-chefe da economia rural brasileira, que responde por um terço da produção nacional de grãos - está em exposição no Show Rural Coopavel, um dos principais eventos de tecnologia agropecuária do país. E a tendência aponta não para um único tipo de soja, mas vários, de acordo com a necessidade do produtor, da indústria, do importador, do consumidor brasileiro.

As novidades para o sojicultor estão sendo apresentadas no evento pelas duas principais instituições nacionais de pesquisa dessa cultura: a Divisão Soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, de Londrina; e a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), de Cascavel, braço de pesquisa das cooperativas agropecuárias do estado. Juntas, essas duas instituições desenvolveram mais de 70% das variedades de soja cultivadas atualmente no país.

"Hoje, todas as variedades de soja contam com o feijão-com-arroz (produtividade, resistência a pragas e doenças, indicações para o plantio em épocas diferentes). Agora, estamos colocando o molho, agregando características para que determinadas variedades possam atender diferentes nichos de mercado", explica o diretor-executivo da Coodetec, Ivo Carraro.

Das 49 variedades que Coodetec e Embrapa apresentam no Show Rural, 16 são cultivares transgênicas. O lançamento com maior impacto comercial é a variedade CD 223 AP, da Coodetec, que apresenta um teor de proteína de até 44%, contra um máximo de 35% das variedades hoje em uso. O principal destino dessa soja, que poderá ser cultivada pelo agricultor já na próxima safra, será a indústria de rações. A CD 223 AP vai gerar uma ração mais nutritiva. Na prática, o criador engordará os animais em menos tempo, gastando menos com ração. A notícia interessa ao Paraná, maior produtor brasileiro de frango e suínos. "A indústria de rações, com certeza, pagará mais por essa soja", aposta o agrônomo Ivan Schuster, doutor em melhoramento de plantas e coordenador da área de Biotecnologia da Coodetec.

O melhoramento genético permitiu à Embrapa lançar em Cascavel a BRS 267, variedade com gosto mais suave, grãos maiores e mais claros. Com sabor e visual melhores, ela é uma aposta para o crescente uso da soja na alimentação humana. Nesse mesmo caminho, uma variedade criada pela empresa há 10 anos, a Embrapa 48, está sendo redescoberta pela indústria de bebidas, que utilizam o extrato da soja para a produção de sucos. Duas outras variedades - BRS 213 e BRS 257- também atendem a essa finalidade. Estão em desenvolvimento plantas resistentes à ferrugem asiática e à seca.

Outra frente avança na pesquisa de variedades superprecoces, transgênicas e convencionais, com ciclo de 110 a 120 dias (o ciclo atual vai de 120 a 150 dias). No âmbito dos transgênicos, a Embrapa desenvolve, com a multinacional alemã Basf, as variedades IME. Elas estão recebendo genes que lhes conferem resistência ao herbicida Total. O Show Rural, que acontece em Cascavel, prossegue até esta sexta-feira.

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