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O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), que representa os colégios particulares, divulgou uma carta direcionada ao governo de São Paulo em que pede que os alunos e os professores tenham prioridade quanto à flexibilização do uso de máscara, para que a utilização deixe de ser obrigatória nas escolas. O Sieeesp tem aproximadamente 11 mil instituição de ensino filiadas em todo o estado de São Paulo.
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A carta foi elaborada um dia após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter anunciado que o uso de máscara passou a ser facultativo em ambientes abertos. A questão é que a utilização segue obrigatória em locais fechados, o que inclui as salas de aulas.
“Nossa solicitação, como profissionais de educação, é que as crianças e professores sejam os primeiros a ter desregulamentado completamente o uso de máscaras tão logo esta medida seja considerada pelas autoridades sanitárias. Como já temos observado em outros países e estados brasileiros, o uso deve ser opcional fora e dentro de sala de aula, atendendo ao contexto de cada aluno e cada profissional”, afirma o sindicato.
A carta do Sieeesp apresenta uma série de estudos e argumentos sobre a importância de as crianças poderem assistir às aulas sem máscara. De acordo com o sindicato, o rosto coberto pela máscara dificulta o reconhecimento das emoções e pode trazer prejuízos ao desenvolvimento socioemocional do aluno.
“O uso prolongado de máscaras em escolas inviabiliza trocas importantes entre os alunos e destes com os seus professores e traz prejuízos no desenvolvimento sócio-emocional infantil. A criança tem sua principal via de comunicação não verbal - o rosto - coberto. Ela tem dificuldade de reconhecer emoções dos colegas e não tem suas próprias emoções reconhecidas e validadas pelos demais. O impacto social caminha ao lado do desenvolvimento dos próprios traços de personalidade, justo em um momento em que estudos internacionais já demonstraram piora na saúde mental tanto de crianças quanto de adolescentes com maior ocorrência de depressão, ansiedade, estresse, fadiga, insônia, transtornos alimentares e transtorno de estresse pós traumático (Elharake e cols, 2022; Racine, McArthur; Cooke et al, 2021)”, ressalta a entidade em um trecho da carta.
O Sieeesp argumenta ainda que o pico da variante Ômicron da Covid-19 ocorreu em janeiro e que o atual momento da pandemia no estado de São Paulo permite que seja feita mais essa flexibilização. O documento está assinado pelo presidente da entidade, Benjamin Ribeiro da Silva. A carta do sindicato das escolas particulares é direcionada ao governador de São Paulo, João Doria, ao secretário estadual de Educação, Rossieli Soares da Silva, e ao secretário estadual da Saúde, Jeancarlo Gorinchteyn.