A editora Record decidiu suspender o lançamento e a reedição do livro "Racismo estrutural", do Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos do governo Lula, após ele ter sido demitido do cargo em meio às denúncias de assédio sexual. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo e confirmada pela Gazeta do Povo, nesta quarta-feira (6).
O grupo editorial contratou o direito autoral da obra inédita de Almeida e planejava lançar em 2025 uma versão revista de "Racismo Estrutural", obra inicialmente publicada na coleção "Feminismos Plurais" organizada por Djamila Ribeiro na editora Jandaíra. No entanto, os projetos foram suspensos, após uma série de acusações contra o ex-ministro virem à tona, inclusive denúncias da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Em nota, a editora afirmou que "dadas as graves acusações contra o autor, o Grupo Editorial Record decidiu aguardar o processo e a defesa de Almeida para tomar uma decisão definitiva quanto aos livros".
Além de "Racismo Estrutural", Almeida publicou outros livros, como "Marxismo e Questão Racial: Dossiê Margem Esquerda", que saiu pela Boitempo em 2021, e "Sartre: Direito e Política", lançado pela mesma editora em 2017.
Almeida foi demitido do cargo pelo presidente Lula, após o governo federal considerar “insustentável” a permanência dele na pasta. O ex-ministro afirma que todas as denúncias são “mentiras” e “ilações absurdas” sem provas.
Todas as denúncias contra Silvio Almeida estão sendo investigadas pela Polícia Federal (PF). O caso também está sendo analisado na Comissão de Ética da Presidência da República, ainda não há nenhuma sentença contra o ex-ministro.
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