Uma nova ferramenta, desenvolvida pelo Instituto Tecnológico Simepar, vai melhorar o acompanhamento das chuvas que ocorrem no Paraná e regiões vizinhas. Depois de três anos de pesquisa, o instituto lançou o Sistema Integrado de Estimativas de Chuva (Siprec), que associa a rede de estações pluviométricas a um satélite e dois radares, e permite apurar as chuvas ocorridas em áreas delimitadas.
De acordo com o meteorologista e pesquisador do instituto Leonardo Calvetti, a principal mudança é que o Simepar não depende mais apenas da rede de pluviômetros, que estão instalados em mais de 50 cidades, nas estações meteorológicas e hidrológicas. "A identificação das chuvas é feita por dois sistemas: o de pluviômetros, que faz a medição pontual, e o de sensoriamento remoto, que usa os radares e satélite e cobre as áreas que não possuem os pluviômetros", explica.
A lógica do Siprec é de que ele permite identificar melhor onde está ocorrendo a chuva. "Se eu sei qual o volume de chuva que está acontecendo, identifico para onde a chuva está indo e sei onde pode ter inundação, por exemplo", explica Calvetti. O monitoramento do volume de chuva em tempo real também vai ajudar a compor os modelos hidrológicos e de balanço hídrico.
O novo sistema pode auxiliar na prevenção de desastres. Se os meteorologistas delimitarem o volume de chuva que cai nas bacias de rios e cruzar os dados com os modelos hidrológicos de cada bacia, é possível prever com mais precisão as alterações no nível do rio e até emitir alertas para casos de deslizamentos e inundações. Outra área que será beneficiada é a agricultura de precisão.
Os mapas de estimativas de chuva do Siprec poderão ser visualizados na internet. Quem tiver interesse, pode contratar o serviço no próprio órgão. O preço é fixado de acordo com a necessidade de atualizações e precisão que o contratante desejar. Depois de contratado o serviço, o usuário pode fazer consultas online e localizar regiões, buscar dados e a informação quantitativa de interesse.
Estrutura
Por enquanto, o Siprec conta com a estrutura de pluviômetros e a varredura feita por apenas um radar, do tipo Doppler Banda S, que está instalado em Teixeira Soares, no Sudeste do estado e tem abrangência de 200 quilômetros. A partir de 2013, um novo radar, do tipo Doppler de dupla polarização, será instalado em Cascavel, no Oeste, cobrindo praticamente todo o estado, com medições a cada dez minutos.
Já a varredura feita pelo satélite Goes, equipamento meteorológico espacionário, gera captação de imagens a cada 30 minutos. O valor de chuva é obtido por uma técnica chamada Convective Stratiform Technique (CST), que classifica as informações do topo das nuvens em chuva conectiva (tempestades) e estratiforme (fraca a moderada).