O Simepar está tentando “preencher um vazio” na estrutura de previsão meteorológica do Paraná. Apesar dos equipamentos serem capazes de estimar as condições climáticas a longo prazo, a dupla de poderosos radares que operam no estado não consegue estabelecer, com rapidez e precisão, mudanças repentinas em Curitiba e região e também no Litoral. O Simepar espera a aprovação de um projeto, a ser financiado pelo Banco Mundial, para a compra de dois equipamentos menores e específicos para monitorar as áreas mais sujeitas a consequências drásticas em caso de chuvas intensas.
O Paraná faz parte do seleto grupo de estados brasileiros que têm todo o território monitorado por radares meteorológicos – um foi instalado em 1996 em Teixeira Soares, nos Campos Gerais, e outro em Cascavel, no Oeste, em 2014. São equipamentos grandes (com 25 metros de altura), que mapeiam as condições até num raio de 480 quilômetros. Conseguem identificar tempestades quando ainda estão no Paraguai e na Argentina. Mas “leem” informações que estão acima de 3 mil metros de altitude.
Os equipamentos menores – que devem ser instalados em Colombo e Pontal do Paraná – monitorariam áreas de sombra (não vistas) pelos radares maiores. No caso do Litoral, por exemplo, tudo que fica abaixo da Serra do Mar acaba não sendo percebido – somente fenômenos climáticos maiores e duradouros são identificados. Acontece que chuvas concentradas e repentinas são formadas em baixa altitude e acabam escapando dos atuais equipamentos em operação.
A instalação de radares de menor porte seria uma tendência em muitos países, de acordo com Cesar Beneti, meteorologista do Simepar. No Brasil, somente a cidade de São Paulo está recebendo um projeto-piloto da USP. A instalação dos aparelhos no Paraná poderia colocar o estado numa posição de modelo de previsão meteorológica de curtíssimo prazo.